O setor desportivo gerou 1,9 mil milhões de euros de volume de negócios, aumentando 11,9% em relação a 2020, segundo dados ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo dados do Sistema de Contas Integradas das Empresas, hoje publicados no relatório “Desporto em Números 2022”, as empresas do setor desportivo registaram um volume de negócios em 2021 bem acima do ano transato, e um valor acrescentado bruto (VAB) de 731,9 milhões de euros.

É neste valor que se nota a maior subida, com 23,2% de acréscimo gerado por 14.368 empresas registadas, mais 4,5% em relação ao ano anterior, com 45,7% do volume de negócios gerado por empresas de gestão de instalações desportivas, clubes desportivos, ginásios e outras atividades.

Quanto ao financiamento público, a afetação ao setor desportivo pelas câmaras municipais subiu 7,4% para 323,3 milhões de euros, isto em 2021, ano em que o financiamento do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) às federações chegou aos 41 milhões, menos 3% do que no ano anterior.

A despesa média por habitante em atividades e equipamentos desportivos foi de 31,2 euros, com a verba mais alta no Algarve (60 euros) e a mais baixa na Madeira e na Área Metropolitana de Lisboa, com 12,9 e 18 euros, respetivamente.

Quanto a dados de 2022 - os mais recentes inseridos no relatório, ainda provisórios -, os salários dos trabalhadores do setor subiram 4,7%, para uma média mensal bruta de 1.366 euros, com a componente regular também a subir, para os 1.078 euros.

Os salários mais altos registam-se nos clubes desportivos (2.645 euros), com o ensino desportivo e recreativo no outro extremo, com um total de 848 euros, mas abaixo do salário mínimo nacional de 760 euros, nos 746.

Em 2022, trabalhavam no setor cerca de 44,5 mil pessoas, uma subida de 20,3%, e na sua maioria homens (64,5%), mais de metade abaixo dos 34 anos e também acima dos 50% quanto à escolaridade avançada, com 51% já com o ensino superior completo.

Registaram-se aumentos nos preços dos bens e serviços desportivos, desde logo na assistência (7,1%), na compra de bicicletas (6,5%) e na participação (1,9%).

Em 2021, eram 9.893 os clubes desportivos regularizados, menos 10,6% do que em 2020, com uma descida acentuada no número de praticantes, para os 483.829, um decréscimo de 17,7%.

O futebol, sem surpresa, regista o maior número de praticantes, 26% do total, e os homens predominam em vários desportos, com mais ênfase no mais representativo, com 93,3% dos futebolistas do país do género masculino.

Existiam 712 praticantes de alto rendimento em 2022, 62,1% homens, com cinco sextos abaixo dos 30 anos, com 8.265 títulos profissionais atribuídos, a maior parte de treinadores (67,3%).

Quanto ao ensino superior, em 2021/22 estavam registados 10.973 alunos nas áreas desportivas, uma subida de 4,1% em relação ao período transato.

No setor das exportações, o crescimento em 2022 para 2021 foi de 7,6%, para um valor que atinge os 580,1 milhões de euros, com um saldo positivo de 175,6 milhões na balança comercial de bens desportivos.

As bicicletas representam 345,2 milhões de euros deste ‘bolo’ total, com os bens de ginástica e natação como principais responsáveis na importação, além do calçado.

 

Por: Lusa