No entanto, o ponto alto do dia veio com a tão aguardada reabertura do Museu de Lagos Dr. José Formosinho após quatro anos em que o espaço foi totalmente remodelado.
Antecipando um dia recheado de emoções, as celebrações do Dia do Município começaram com algumas novidades no dia 26, nomeadamente a conferência “A Abertura dos Oceanos: Um confronto entre as viagens de Bartolomeu Dias e de Fernão de Magalhães”, proferida pelo investigador e historiador Doutor Rui Loureiro, o lançamento do livro “Philosophia e Philomythia em Eudoro de Sousa”, da autoria do Doutor Luís Lóia, e o eletrizante espetáculo “Véspera”, pelos Clã, que encheu o auditório Duval Pestana do Centro Cultural de Lagos.
No feriado municipal, a 27 de outubro, o dia começou na Praça Gil Eanes com a Cerimónia do Hastear das Bandeiras, acompanhada pelo talento da Banda da Sociedade Filarmónica 1º de Maio e do Grupo Coral de Lagos, à qual se seguiu a Sessão Solene alusiva à data. Para além da presença do Executivo e Assembleia municipais, Juntas de Freguesia e demais forças políticas do concelho, o momento contou também com a presença das forças de segurança do concelho, associações culturais, recreativas e desportivas e instituições particulares de solidariedade social (IPSS), assim como José Apolinário, Presidente da CCDR – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve.
Durante a cerimónia, José Jácome, 1º Secretário da Assembleia Municipal, proferiu algumas palavras da sua presidente, Joaquina Matos, ausente por motivos profissionais. Num discurso positivo repleto de esperança, foi destacado o papel fundamental dos profissionais de saúde e da comunidade científica na luta contra a pandemia, assim como todo o trabalho desempenhado pelas entidades que se “mobilizaram para construir respostas e que a todos os níveis apoiaram e ampararam os cidadãos nas mais extremas dificuldades, na missão de não deixar ninguém para trás”, nomeadamente Rede Social, IPSS, serviços de saúde, câmara municipal, juntas de freguesia, forças de segurança e comunidade em geral.
Seguiu-se o discurso de Hugo Pereira, presidente da Câmara Municipal de Lagos, que relembrou a vida do lacobrigense, patrono de Lagos, São Gonçalo, e evidenciou o papel das pessoas que “são a pedra angular do serviço público”, as quais estão na base do “princípio fulcral que norteia o Executivo Municipal”, nomeadamente através da sua valorização e promoção do bem-estar. É, pois, importante unir esforços com particulares, associações e o mundo empresarial para apoiar a comunidade com vista a uma sociedade local cada vez mais “inclusiva, coesa, igualitária e participativa onde se sintam apoiados, valorizados e representados”, com destaque para as áreas da Habitação, Ambiente, Cultura, Património Cultural, Educação e Juventude, Saúde, Desporto, Vida Saudável, Serviços de Proximidade e de Qualidade e Turismo Acessível.
Ainda na parte da manhã, teve lugar na Igreja de Santa Maria uma missa em honra de São Gonçalo de Lagos, a qual foi presidida por D. Manuel Quintas, Bispo do Algarve.
Na tarde do dia 27, veio um momento muito especial e antecipado, não só pelos lacobrigenses, como pelos visitantes do concelho – a reabertura do Museu de Lagos Dr. José Formosinho, a qual contou com as presenças de José Apolinário, Presidente da CCDR Algarve, de João Fernandes, Presidente da Região de Turismo do Algarve, e de Adriana Nogueira, Diretora Regional de Cultura do Algarve. Encerrado desde setembro de 2017, o espaço foi alvo de uma remodelação integral que permitiu renovar a programação de conteúdos, a conservação e restauro do acervo e valorizar a coleção exposta com base no respeito pelas ideias originais do patrono e fundador, Dr. José Formosinho (1888-1960), o que resultou na inauguração de uma nova exposição de longa duração: “Depois de 1460 & Coleções Especiais”. No interior do Museu, algumas peças notáveis ganham agora o merecido destaque e contextualização histórica e artística por meio de textos acessíveis, grafismos e modernas aplicações multimédia.
A operação foi efetuada no âmbito do Programa Operacional CRESC Algarve 2020, representando um investimento total de 7,3 milhões de euros, financiados em 2,6 milhões de euros pelo FEDER. Estes valores consideram as empreitadas, os projetos museográficos e de comunicação, a produção dos conteúdos expositivos e o restauro de peças, abarcando as duas componentes de intervenção, isto é, a remodelação do núcleo primitivo do Museu (que agora reabre com a designação “Museu de Lagos Dr. José Formosinho”) e a sua ampliação, através da criação do Núcleo de Arqueologia, cuja obra já foi adjudicada.
A par desta aguardada reabertura, surge também o novo conceito “Museu de Lagos”, uma intenção da autarquia em centralizar a oferta museológica no concelho, agregando os seus vários núcleos e equipamentos numa única configuração polinucleada que integra o Museu Dr. José Formosinho (que inclui a Igreja de Santo António), o Centro de Documentação, a Rota da Escravatura – Mercado de Escravos, o Forte Ponta da Bandeira e o Armazém do Espingardeiro (Núcleo Lagos – a Urbe e o seu Tempo). Farão ainda parte desta nova estrutura, a Estação Arqueológica do Monte Molião, a Estação Arqueológica do Balneário Romano da Praia da Luz e as ruínas do Vale da Gafaria/Hospital de Leprosos.
As celebrações do Dia do Município irão prolongar-se até dia 31 de outubro na forma da visita da Nau Vitória/Não Victoria a Lagos, uma réplica da embarcação que foi protagonista da primeira volta ao mundo (1519-1522), podendo ser visitada gratuitamente, até domingo, na Marina de Lagos, entre as 10h00 e as 18h00.
O Museu de Lagos Dr. José Formosinho pode ser, desde já, visitado por todos. Saiba mais no seu novo site.