O bispo do Algarve lamentou no passado sábado em Vila Real de Santo António a pobreza que está a ser criada pelas guerras atuais em vários pontos do globo.
“Imaginai quantos pobres estão a provocar estas guerras, quanta pobreza criam, quantas necessidades, quanta indigência”, lastimou D. Manuel Quintas, falando em “vidas totalmente desfeitas”, na Eucaristia a que presidiu ao início da noite na igreja matriz daquela cidade no âmbito da visita pastoral que realizou às paróquias de Vila Real de Santo António e de Cacela.
“Estou a pensar nestas tragédias e mortes de inocentes, sobretudo de crianças. Tudo isto nos faz doer o coração”, prosseguiu, pedindo aos cristãos: “escutando o clamor dos pobres, não fiquemos insensíveis a estes clamores e mobilizemo-nos todos para ir ao encontro das necessidades”.
A Igreja celebrou no domingo o VIII Dia Mundial dos Pobres e aquela celebração eucarística vespertina de domingo contou com a renovação do compromisso da direção da Cáritas Diocesana do Algarve.
O bispo do Algarve agradeceu aos dirigentes daquela organização pelo seu serviço à Igreja diocesana e a todos os algarvios em geral.
D. Manuel Quintas aproveitou a ocasião para pedir aos católicos que possam “abrir as portas” do seu coração “sem medo à ação do Espírito”. “Ele desce sobre todos para fazer de nós homens e mulheres renovados pela sua presença e pela sua ação, dispostos e disponíveis para ser portadores da mensagem e da pessoa de Jesus em todo o lado. E, sobretudo, para ser esta presença amorosa de Deus junto daqueles que mais sofrem”, sustentou.
“Tal como a oração do pobre chega ao coração de Deus, também o grito dos pobres chega ao nosso coração e encontra em cada um de nós uma resposta possível para as suas necessidades. E, se não é possível, envolvemo-nos, reunimo-nos, congregamo-nos, organizamo-nos porque se um não consegue, muitos é possível que consigam. É esse também o trabalho da Cáritas, de nos sensibilizar, envolver e mobilizar a todos para aquelas que são as necessidades da sociedade de hoje, dos pobres de hoje, concretamente do Algarve, daqueles que vivem ao nosso lado e com os quais nos cruzamos tantas vezes”, prosseguiu.
O Dia Mundial dos Pobres foi instituído em 2017 pelo Papa Francisco na carta apostólica ‘Misericórdia e mísera’ (publicada no encerramento do Jubileu da Misericórdia) para ser assinalado anualmente no XXXIII Domingo do Tempo Comum e que este ano ocorreu a 17 de novembro.
Folha do Domingo