Esta ocorrência que lavrou de forma abrupta devido ao vento forte de noroeste afetando o concelho de Portimão a norte do Autódromo Internacional do Algarve até às localidades de Montes de Cima, Guenos e Casas Velhas exigiu uma ação de combate incisiva e musculada por parte dos Agentes de Proteção Civil e entidades cooperantes do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS).
Com as habituais dificuldades que caraterizam a serra e barrocal algarvio, as inúmeras habitações dispersas exigiram por parte das autoridades a priorização na salvaguarda das pessoas e do seu património, objetivos totalmente cumpridos, saindo a população das áreas afetadas ilesas e as suas habitações salvaguardadas.
A dificuldade de acessos aos meios terrestres exigiu uma ação integrada com meios aéreos e o empenhamento de 16 máquinas de rastos que contribuíram para uma consolidação de todo o perímetro.
As chamas centraram-se sobretudo nas zonas da serra, a norte da A22, afastadas do mar em cerca de 20 km.
Refira-se que não foi necessário declarar a situação de Alerta nem ativar o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil, ou seja, apesar da complexa situação, sempre esteve garantida a segurança das pessoas e património, o efetivo comando e controle das operações, bem como a necessária mobilização de meios e recursos para a sustentação das ações de resposta.
O Posto de Comando, e as zonas de sustentação logística da operação foram instaladas em espaços cedidos prontamente pelo Autódromo Internacional do Algarve, o que garantiu uma rápida operacionalização de um sistema de gestão de operações adequado à dimensão do incêndio.
Por precaução e em antecipação à evolução do incêndio foram deslocadas das localidade de Atabual e Montes de Cima 10 pessoas, encaminhadas pela ação social num centro de acolhimento instalado no Autódromo, das quais 4 foram realojadas temporariamente no Centro de Apoio a Idosos e aos restantes prestado apoio psicossocial em articulação com o INEM, regressando às suas residências logo que reposta a normalidade.
O dispositivo no terreno contou com o empenhamento de 684 Operacionais, 267 Veículos, 9 Meios aéreos e 16 Máquinas de Rastos, sendo que nas próximas horas prosseguem as ações de consolidação e rescaldo, tarefa tão ou mais importante que o combate por forma a evitar reativações. Para o efeito mantem-se no terreno todo o dispositivo o qual será desmobilizado gradualmente.
No momento em que o incêndio se encontra dominado é de elementar justiça reconhecer o trabalho excecional de todos Agentes de Proteção Civil e demais entidades que concorreram para operações de combate, apoio e sustentação, destacando os Bombeiros provenientes de vários pontos do País, não esquecendo a determinante ação de coordenação de comando que mobilizou os meios necessários para este combate tão desigual.
O município de Portimão não pode deixar de elogiar ainda a impressionante onda de solidariedade que se registou por parte da população e dos vários agentes económicos de Portimão, sem que para tal tivesse havido qualquer apelo quer da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Portimão, quer da própria autarquia.
Por: CM Portimão