As eleições para o PSD do Algarve foram antecipadas para 30 de janeiro para permitir a eleição de novos órgãos distritais antes do congresso do partido, em abril, disse hoje o presidente, Luís Gomes.

Luís Gomes, que também preside à Câmara de Vila Real de Santo António, explicou que o seu pedido de demissão da comissão política distrital, apresentada a 12 de dezembro, teve apenas como objetivo antecipar em três ou quatro meses as eleições para os órgãos distritais do partido e constatou que não se pode recandidatar por já ter cumprido o limite de mandatos.

“Ia acabar o mandato este ano em 2016, em maio, é o meu último mandato, porque só podemos fazer três, e como vai haver um congresso do PSD, entendi que devia haver uma nova direção para ir ao congresso. Portanto, foi um processo normal, foi o pedir eleições para três ou quatro meses mais cedo daquilo que era esperado”, afirmou o dirigente do PSD.

As eleições para a distrital do Algarve foram marcadas para 30 de janeiro e, até ao momento, não foi formalizada nenhuma candidatura, embora o nome do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, David Santos, seja apontado como um provável candidato à sucessão de Luís Gomes.

O autarca justificou também o convite que dirigiu ao antigo primeiro-ministro José Sócrates para participar no sábado num debate sobre Política, Justiça e Indiferença, em Vila Real de Santo António, com a necessidade de discutir e ouvir vários pontos de vista sobre estas matérias, no âmbito de um ciclo de iniciativas idênticas que têm vindo a ser organizadas na cidade algarvia.

“Temos que ter uma reforma da Justiça e não se trata de partidos, mas trata-se de política, e isto o que é? Temos que ter naturalmente transparência política e dos decisores políticos, mas também temos que ter transparência na Justiça, porque as pessoas precisam de se sentir seguras relativamente ao sistema de Justiça”, considerou Luís Gomes.

O autarca defendeu que é necessário ter “um sistema político com pessoas transparentes e honestas, mas também ter um sistema judicial que não instrumentalize a Justiça para não triturar e acabar com a vida de terceiros”.

Luís Gomes negou qualquer tipo de mal-estar dentro do PSD por o presidente da distrital ter convidado o antigo primeiro-ministro socialista para participar no “debate”, que não teve direito a perguntas e no qual José Sócrates voltou a criticar o Ministério Público por não ter apresentado qualquer acusação, provas ou factos e ter desrespeitado os prazos legais previstos.

“O PSD é um partido democrático e eu quero aqui sublinhar o nível dos seus dirigentes: ninguém me ligou, ninguém me pediu satisfações, porque isto é um partido livre e nós temos o direito a podermos discutir as nossas opiniões e os nossos pontos de vista relativamente ao sistema de justiça ou outros sistemas quaisquer”, defendeu.

 

Por: Lusa