O presidente da assembleia-geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcoutim admite contestar judicialmente o processo eleitoral em curso, acusando sócios afetos a uma lista de “tomar de assalto” a última sessão extraordinária daquele órgão social.

A acusação foi refutada pelo grupo de sócios pela voz de Francisco Xavier, candidato da lista A à direção da associação, que, em declarações à Lusa, disse hoje que o presidente da assembleia geral (AG), José Carlos Pereira, se “demitiu”.

Esta demissão, acrescentou, abriu a porta a que os associados presentes aprovassem, “como preveem os estatutos”, a constituição de uma nova mesa, face à recusa dos outros elementos que a integravam em prosseguir com os trabalhos.

José Carlos Pereira, que foi candidato do PSD à Câmara de Alcoutim nas últimas autárquicas e perdeu as eleições para o PS, afirmou à agência Lusa que no grupo de sócios que “tomou de assalto” a AG estão o presidente da Assembleia Municipal e o presidente da Junta de Freguesia de Alcoutim, membros da lista encabeçada por Francisco Xavier. O presidente da Câmara, Osvaldo Gonçalves (PS), é o candidato à presidência da AG.

Francisco Xavier indicou que a sua lista apenas tinha um sócio sem quotas em dia, subscritor da candidatura e não pertencente aos órgãos sociais, enquanto a lista concorrente, que definiu como próxima de José Carlos Pereira, tinha elementos a menos, o que motivou uma queixa sua a denunciar a situação.

“Além disso, o prazo de 48 horas para proceder a correções não foi cumprido pela mesa”, criticou Francisco Xavier, frisando que isso motivou uma queixa sua e que o presidente da AG decidiu anular o ato eleitoral inicialmente marcado para 17 de janeiro, alegando que ambas as listas estavam em desconformidade com os estatutos, e convocou uma nova AG para debater e marcar nova data para as eleições.

Nessa reunião, a 09 de janeiro, a AG marcou nova data para as eleições (09 de fevereiro), cumprindo o único ponto da ordem de trabalhos.

“No final, o sócio Francisco Xavier começou a dirigir-se de forma agressiva e apresentou uma proposta de rejeição à mesa e de reintegração da sua lista”, criticou José Carlos Pereira, frisando que “face à confusão instalada não restou alternativa a não ser suspender os trabalhos”.

Francisco Xavier contrapôs que “o presidente aceitou a proposta para discussão e aprovação, apresentou outra que pedia a marcação de um novo processo eleitoral, mas ao ver que só a primeira tinha sido aprovada disse que estava demitido e abandonou os trabalhos, apesar de lhe terem dito que o voto de rejeição era apenas para censurar o mau trabalho realizado durante o processo eleitoral”.

Após a saída do presidente, acrescentou, os sócios consideraram que “a reunião ainda não estava concluída” e optaram por “eleger uma nova mesa com associados que estavam na sala” para assumir e terminar os trabalhos.

José Carlos Pereira contesta a legalidade desta solução, disse ter “já pedido um parecer ao órgão consultivo, o Conselho Fiscal”, e prometeu “fazer tudo para travar esta situação antidemocrática e ilegal”.

 

Por: Lusa