O Presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, vai apresentar a demissão na segunda-feira, depois de outros membros da direção terem discordado das declarações feitas numa entrevista a um jornal, revelou a associação.

Na origem da decisão estiveram as declarações do Presidente da AHETA, que dirige a associação hoteleira há mais 20 anos, sobre as dificuldades que o setor hoteleiro e o turismo atravessam na região devido aos efeitos da pandemia de covid-19, debruçando-se sobre temas como a vacinação, as dificuldades do setor, a falta de apoio à região ou a forma como os prémios sobre turismo são atribuídos.

Segundo uma nota divulgada hoje pela associação, após a publicação da entrevista no jornal i, na sexta-feira, foi realizada uma reunião da direção da AHETA e os restantes membros manifestaram a sua discordância com as declarações de Elidérico Viegas, considerando num comunicado posterior que “não se reveem nem podem subscrever” as declarações do Presidente.

“Em reunião imediatamente convocada, a direção ouviu as explicações do Sr. Presidente e foi informada da sua intenção em se demitir deste órgão social da AHETA, demissão essa que será apresentada pelo próprio ao Sr. Presidente da assembleia-geral, na próxima segunda-feira, 29 de março”, adiantou a associação.

A agência Lusa contactou Elidérico Viegas para perceber os motivos da demissão do cargo, mas o presidente da AHETA respondeu que, de momento, não presta declarações.

Os restantes elementos da direção da associação hoteleira reconheceram, no entanto, o “papel relevante do atual Presidente da direção da AHETA, desde a constituição formal da associação”, em 1995, para a “defesa dos interesses das empresas turísticas do Algarve” e a “afirmação da AHETA como a mais influente e representativa associação empresarial da região”.

Os dirigentes que subscreveram o comunicado anunciaram ainda que vão propor à Presidência da mesa da assembleia-geral da AHETA a convocação de eleições “no mais breve espaço de tempo” com o objetivo de “reforçar a capacidade de intervenção da associação, neste período crítico que as empresas turísticas algarvias estão e terão de continuar a ultrapassar” devido aos efeitos da pandemia de covid-19.

Entre esses dirigentes estão Pedro Lopes, Joel Pais, Reinaldo Teixeira, Rúben Paula, Jorge Beldade, Luís Correia da Silva, Martinho Fortunato e José Queiroga Valentim.