Os efeitos da greve dos enfermeiros eram pouco visíveis hoje de manhã no hospital e no centro de saúde de Portimão, no Algarve, onde o movimento era o normal e igual ao de outros dias.

Contudo, a greve causou “alguma preocupação” nos utentes daquelas unidades de saúde que ali se deslocaram “com a incerteza de serem atendidos”, conforme disse à agência Lusa Catarina Rodrigues, à porta do hospital de Portimão.

“Tenho tratamentos marcados e, segundo a informação que me deram, estão a funcionar nos mínimos, embora o tempo de espera seja um pouco maior do que habitualmente devido à greve”, indicou Catarina Rodrigues.

Por seu turno, a paralisação dos enfermeiros também provocou alguma apreensão nos utentes do centro de saúde de Portimão, “com a expetativa de serem atendidos, depois de uma falta ao trabalho”.

“Vim com a incerteza de poder vacinar a minha filha, mas disseram-me para aguardar, o que indica que vou ser atendido”, explicou Carlos Gaspar, funcionário bancário, acrescentando que pelo menos "a falta ao trabalho não será em vão".

Em declarações à Lusa, o presidente dos Sindicato dos Enfermeiros, José de Azevedo, afirmou que a adesão à greve dos enfermeiros “ronda os 60 por cento nos hospitais de Faro e de Portimão, havendo alguns blocos encerrados”.

“Alguns serviços programados, consultas e blocos estão encerrados, enquanto as urgências, pediatria e os cuidados intensivos estão com assistência total”, sublinhou.

Contactada pela Lusa, a administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) referiu que a greve dos enfermeiros não "está a ter grandes repercussões" no atendimento aos utentes.

"No hospital de Portimão foram canceladas seis cirurgias, no turno da noite existiu um maior impacto da greve nas urgências, mas sem grandes repercussões, porque os serviços mínimos estão assegurados", explicou a administração do CHUA.

De acordo com a mesma fonte, a unidade de Faro "está a funcionar normalmente, não há serviços paralisados nem foram canceladas quaisquer cirurgias".

O Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE) e o Sindicato dos Enfermeiros (SE) marcaram cinco dias de greve, entre as 00:00 de hoje e as 24:00 de sexta-feira, em revindicação pela introdução da categoria de especialista na carreira de enfermagem, com respetivo aumento salarial, bem como pela aplicação do regime das 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros.

 

Por: Lusa