Pais exigem resposta das autoridades após deteção de ratos na Escola Básica Prof. Sebastião Teixeira, em Salir

Na manhã de terça-feira, 28 de janeiro, pais de alunos da Escola Básica Prof. Sebastião Teixeira, em Salir, foram surpreendidos com o alerta de que teriam de recolher os seus filhos mais cedo devido a uma desratização na escola. No entanto, ao longo do dia, souberam que a verdadeira razão para o encerramento da cozinha foi a visita da Delegada de Saúde, que constatou a presença de ratos no local. A situação levou a um encerramento imediato da cozinha e ao cancelamento das refeições escolares, criando uma onda de preocupação entre os responsáveis pelas crianças.

Cláudia Tomás, uma das representantes do grupo de pais que se reuniu em frente à escola, explica à Voz do Algarve que o problema de infestação de ratos na cozinha não é um caso isolado. Segundo ela, já há semanas que os alunos enfrentam diversos problemas de saúde, com muitos casos de gastroenterites, infeções bacterianas na cavidade bucal, viroses e, mais recentemente, hepatite A. No entanto, foi a situação dos ratos que, finalmente, levou os pais a agir, considerando-a "a gota d'água".

A coordenadora da escola, segundo informações do grupo de pais, providenciou uma solução temporária, com a preparação das refeições em uma cozinha externa e a distribuição das mesmas em utensílios descartáveis. Contudo, os pais questionam a eficácia desta medida, uma vez que o refeitório onde as crianças estão a ser alimentadas fica próximo à cozinha contaminada, o que gera dúvidas sobre a segurança alimentar. "Não faz sentido que as crianças continuem a frequentar a escola e a comer num ambiente onde sabemos que há uma infestação de ratos", afirma Cláudia Tomás.

Apesar de a Delegada de Saúde ter interditado a cozinha e a Câmara Municipal ter fornecido utensílios descartáveis para as refeições, os pais exigem respostas mais claras sobre as medidas que estão a ser tomadas para resolver a questão da infestação. Cláudia destaca que, apesar das diversas tentativas de comunicação com a coordenação da escola e a direção do agrupamento, as respostas têm sido ineficazes. "A comunicação é inexistente. Somos informados por terceiros, nunca pela escola", lamenta.

Além da questão dos ratos, o grupo de pais aponta outros problemas graves na escola, como a falta de pessoal operacional, a ausência de um parque infantil para o pré-escolar, e as condições precárias de segurança no espaço exterior da instituição. "Estes problemas têm sido ignorados, e a situação só tem piorado. Agora, com os ratos, sentimos que chegamos a um ponto sem retorno", diz Cláudia.

A Junta de Freguesia de Salir e a Câmara Municipal de Loulé também estiveram envolvidas, oferecendo apoio para a reorganização das refeições e fornecimento dos utensílios descartáveis, mas os pais continuam a exigir medidas concretas e urgentes.

"Queremos que a situação seja resolvida de uma vez por todas. As crianças não podem continuar a estudar num ambiente onde a sua saúde e segurança estão em risco", conclui Cláudia.

A situação continua a ser acompanhada pelas autoridades competentes e os pais aguardam uma resposta concreta sobre as ações que serão tomadas para resolver os problemas estruturais e de saúde na escola.

 

Em comunicado a direção da escola refere o texto que publicamos na integra;

Foi detetado, por nós, um problema na cozinha e pedida a colaboração das autoridades competentes.

Esteve cá a sra Delegada de Saúde e uma técnica da Câmara Municipal de Loulé e em conjunto articulamos os procedimentos a seguir. Assim sendo:


⁃ A cozinha fica isolada da escola, pois as portas ficam encerradas e as fendas tapadas com toalhas, inclusivamente do refeitório,

-As refeições são cozinhadas no Centro Comunitário de Salir, e serão transportadas para a escola com a colaboração da Junta de Freguesia de Salir;

-As refeições são servidas aos alunos em pratos de plástico e talheres descartáveis;

-Iremos mover as mesas e cadeiras para a zona do bufete, onde serviremos os almoços.

-Estamos a ter os cuidados que nos foram recomendados pela Exma Sra Delegada de Saúde.

 

ND