O mercado de revenda de habitação no segmento premium está a “ganhar vida”, o que significa que a procura por casas de gama alta prontas a habitar está a crescer. Uma dinamização que acontece na sequência da pandemia da Covid-19 e do teletrabalho, que “contribuíram para aguçar o apetite dos estrangeiros pela fixação de residência em Portugal” e pela “procura por casas de qualidade, bem localizadas e com condições de ocupação imediata”, revela a Athena Advisers em comunicado.
Segundo a consultora, “o desequilíbrio cada vez mais acentuado entre a nova oferta e a procura de casa nas zonas centrais de Lisboa, a par com a crescente tendência para a aquisição de imóveis prontos a habitar, está a impulsionar o mercado de revenda de habitação no segmento premium”.
Citada na nota, Marta Salgado, responsável pela área de revenda e arrendamento da Athena Advisers, refere que a procura por este tipo de produto começou a intensificar-se após o confinamento, altura em que os compradores internacionais “não só puderam regressar ao mercado português como o fizeram em força e dispostos a acelerar a compra de habitação, estabelecendo-se em Portugal o mais rapidamente possível”.
Em causa estão, sobretudo, investidores/compradores americanos, franceses e britânicos. “[Pretendem] casas praticamente novas ou renovadas, muitas vezes com significativas melhorias e atualizações face ao projeto inicial, bem localizadas e em cerca 50% dos casos já mobiladas. No fundo, procuram habitações chave-na-mão, prontas a serem habitadas de um dia para o outro sem terem de investir ou de se preocupar com a sua remodelação”, explica a responsável.
Escassez de oferta sobretudo de tipologias acima do T3
Marta Salgado adianta que a oferta de casas para revenda com estas características é muita escassa, nomeadamente nas zonas mais tradicionais de Lisboa e que por norma as mais procuradas por famílias estrangeiras, como a Lapa, Estrela, Santos e Príncipe Real. “Esta escassez manifesta-se ainda mais em apartamentos com tipologias acima do T3, pois são também os que melhor respondem aos requisitos destas famílias”, sublinha.
Quanto podem custar estas casas? Entre 350.000 e 500.000 euros os T1, entre 500.000 e 800.000 euros os T2 e partir de 1.000.000 de euros as tipologias T3 e superior, revela a consultora.
“Uma oportunidade de negócio”
De acordo com Marta Salgado, “há alguns anos que Lisboa, e Portugal em geral, é um destino de eleição para os estrangeiros residirem e comprarem casa”, um cenário que se acentuou com “a chegada da pandemia e do teletrabalho”.
“Há muitos proprietários a verem aqui uma oportunidade de negócio. Há pessoas que compram casas novas ou para renovar já com o intuito de voltar a vender, há quem tenha comprado antes da pandemia para rentabilizar e, face às circunstâncias, decide pela venda, e, obviamente, há quem muda de casa e deixa outra disponível. Neste mercado os principais requisitos são a elevada qualidade e a boa localização, mas acredito que iremos ter mais oferta para uma procura que não para de crescer”, conclui.
A Athena Advisers salienta que, devido à procura que tem vindo a registar neste nicho de mercado, está agora mais focada no mercado de revenda no segmento premium (a par com a sua atividade de comercialização em planta de empreendimentos novos), tendo criado um departamento 100% direcionado para este tipo de imóveis, que têm vindo a crescer gradualmente na sua carteira.
Por: Idealista