O golo solitário de Quaresma, na segunda parte do prolongamento, após um empate a zero no tempo regulamentar, acabou com quase duas horas de sofrimento e incerteza de familiares e amigos que se reuniram hoje para ver o encontro dos oitavos de final do Europeu com a Croácia, numa vivenda de Monte Gordo, no sotavento algarvio.
A Lusa assistiu ao jogo com o grupo de cerca de 30 pessoas, que cedo começou a preparar tudo para, na hora do pontapé de saída, estar em frente à televisão na vivenda alugada para 15 dias de descanso em terras algarvias.
Com os mais velhos a fazer análises às rotações do selecionador português, Fernando Santos, e os pequenos equipados a rigor para apoiar a seleção lusa, o encontro começou com o setor masculino do grupo muito atento ao jogo e as senhoras a acabarem de pôr os frangos de churrasco e as bebidas na mesa instalada perto da televisão e onde todos se foram servir durante a partida.
Após um dia de sol e praia bem passado, o otimismo dominava, tanto no espírito dos mais velhos como dos mais novos, e aos 25 minutos a cabeçada de Pepe por cima, após falta cobrada por João Mário, provocou as primeiras reações positivas.
“Esta foi por cima, mas daqui a pouco o Ronaldo vai marcar e vamos para os quartos de final”, dizia Pedro Eusébio, residente no Porto, chefe de família que alugou a vivenda para passar as férias com os três filhos, a mulher, o cunhado, a irmã e os dois sobrinhos.
A equipa chegou ao intervalo empatada a zero e João Custódio, um amigo que vive em Lisboa e também escolheu esta semana para as férias no Algarve em família, fazia a análise à primeira parte: “Estivemos bem, não criámos muitas oportunidades, mas controlámos o jogo e eles também não criaram grande perigo”, considerou.
“Agora é esperar pela segunda parte e marcar um ou dois golos para seguirmos para os quartos de final”, prognosticou, por outro lado, o cunhado, João Silva.
As crianças ainda gritaram “Portugal, Portugal”, no arranque do segundo tempo, mas à medida que o tempo foi avançando o sentimento passou do otimismo à apreensão, uma vez que nenhuma das equipas criava grandes lances de perigo e o prolongamento avizinhava-se.
“Mais meia hora de jogo, vamos ver se o menor tempo de descanso que Portugal teve em relação à Croácia não se faz notar e não penaliza a equipa”, temia Pedro Eusébio, no arranque do prolongamento.
E a parte final do prolongamento parecia destinada a ser de sofrimento para o grupo, com uma bola no poste da Croácia, até que no contra-ataque de resposta, Quaresma aproveitou uma defesa incompleta do guarda-redes croata, a remate de Ronaldo, para marcar o golo que deu qualificação de Portugal e ‘desatar’ a festa entre os integrantes do grupo.
“Agora é até à final”, prognosticou Pedro Eusébio após o apito final, enquanto o resto do grupo gritava “Estamos de férias, vamos festejar a noite toda, viva Portugal”.
Por: Lusa