Até setembro, os portugueses têm reembolsado os créditos da casa em 27 milhões de euros por dia, revelam dados do BdP.
Nos últimos dois anos, milhares de famílias viram as prestações do crédito habitação a taxa variável a aumentar, devido à subida das taxas Euribor. E aproveitaram os apoios ao reembolso antecipado dos empréstimos, como é o caso da isenção da comissão. Entre janeiro e setembro deste ano, as famílias já amortizaram créditos da casa na ordem dos 7,4 mil milhões de euros, o equivalente a 27 milhões de euros por dia.
Para apoiar as famílias face à escalada das taxas Euribor – que arrancou em 2022 e atingiu o pico no final de 2023 -, foram criados vários apoios que incentivaram a amortização dos empréstimos para compra de habitação própria e permanente. É o caso da isenção da comissão por reembolso antecipado em créditos a taxa variável e a facilitação no acesso a Planos Poupança Reforma (PPR) para abater as dívidas da casa.
Todos estes fatores levaram a que houvesse uma escalada de reembolsos antecipados de créditos para compra de casa a partir do final de 2022. Segundo os dados do Banco de Portugal (BdP), foi em dezembro do ano passado que se amortizou mais capital: os reembolsos totais representaram 1,14% do stock de empréstimos para habitação própria e permanente e os reembolsos parciais 0,22% deste total.
Os dados do BdP, citados pelo Correio da Manhã, revelam que a tendência manteve-se este ano: entre janeiro e setembro foram amortizados 7,4 mil milhões de euros em créditos habitação (totais e parciais), um valor superior ao mesmo período do ano passado (7,3 mil milhões de euros). As amortizações totais (6,53 mil milhões) superam muito os reembolsos parciais (0,93 milhões de euros) até setembro de 2024.
Agora, a amortização do crédito habitação é tema de debate no Parlamento, com o PS e o Chega a apresentarem propostas de alteração ao Orçamento de Estado para 2025 com o objetivo de limitar a comissão bancária do reembolso antecipado de créditos a taxa variável e fixa no próximo ano. Estas propostas estão a ser alvo de críticas por parte da banca, que diz que esta comissão serve de garantia de risco sobre os empréstimos. O que é certo é que se não houver nova legislação, a isenção da comissão bancária na amortização do crédito habitação cai por terra no final de 2024.
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