Este sábado, dia 17 de setembro, ficou marcado pela 1.ª Exposição Canina Monográfica do Cão do Barrocal Algarvio, na entrada principal do Mercado Municipal de Faro.

Esta é uma iniciativa da ACCBA – Associação de Criadores do Cão do Barrocal Algarvio, com a colaboração do Clube Português de Canicultura e o apoio da empresa municipal Ambifaro, e que é enquadrada no seu objetivo de promover e divulgar o Cão do Barrocal Algarvio, raça autóctone que nos últimos anos tem merecido justificada atenção, depois de longos anos de esquecimento.

Em declarações ao nosso jornal, Luís Filipe Coelho, diretor da ACCBA – Associação de Criadores do Cão do Barrocal Algarvio, conta que «estiveram representados mais de 30 exemplares da raça, que foram a concurso».

«Foram selecionados os melhores cachorros, bebés, campeões e veteranos. Além destes, destacámos ainda o melhor criador, grupo reprodutor e os melhores pares», acrescentou o responsável.

A seleção dos vencedores foi feita por um juiz do Clube Português de Canicultura.

Sobre o evento, Luís Filipe Coelho frisa que «houve uma adesão bastante significativa. A ideia será fazer este evento anual, para continuar a divulgar a marca».

Recorde-se que a origem do Cão do Barrocal é muito antiga. O cão encontrava-se em todo o Algarve, mas é na região do Barrocal que apresenta características geofísicas particulares, tais como solos calcários, com afloramentos rochosos, culturas de sequeiro e matos densos que ele se fixou.

O animal tem sido, ao longo dos anos, apelidado por caçadores, e não só, como cão “abandeirado”, “fraldado”, “felpudo” ou “gadelhudo”, devido à forma e porte da sua cauda e ao pelo meio comprido e macio.

O Cão do Barrocal esteve em vias de extinção nos anos sessenta e setenta e ressurge através do trabalho de alguns caçadores, que o selecionaram de acordo com as suas características próprias, tais como a rapidez e a eficácia, pronto a enfrentar a diversidade geográfica onde se instala.

Adaptado a solos pedregosos, mas também a terrenos arbóreos e até mato denso, o Cão do Barrocal Algarvio para além de ser utilizado na caça ao coelho, integra hoje também matilhas dedicadas à caça maior.

 

Por: Filipe Vilhena