Folga de 24 milhões “ignorada” por executivo socialista Câmara de Loulé sem objetivos para 2015

Atendendo à folga que o orçamento municipal de Loulé dispõe, em que transitam 24 milhões de euros do ano 2014 para 2015, esperávamos mais ambição por parte do atual executivo municipal e por isso consideramos que a proposta de linhas de orientação política apresentada pelo executivo socialista fica aquém das expetativas, salienta o presidente do PSD/Loulé.
Segundo a análise de Rui Cristina, as linhas de orientação política do executivo municipal de Loulé, anunciadas pelo seu presidente, Vítor Aleixo, em conferência de imprensa, “fazem jus ao aforismo popular «uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma», por não definirem objetivos concretos nem serem quantificados os investimentos. Trata-se, no essencial, de um mero exercício de retórica, afirma o responsável da concelhia social-democrata.
O PSD/Loulé considera que com a folga orçamental e o valor do orçamento do concelho de Loulé - o maior valor das autarquias do Algarve se poderia avançar com um conjunto de pequenas intervenções públicas, nomeadamente na malha urbana das sedes de freguesia, passíveis de requalificar esses espaços incentivando assim a iniciativa privada para um maior dinamismo no aproveitamento dessas infraestruturas públicas.
Fica por perceber a razão de não existir uma aposta mais clara na reabilitação urbana, que não só no centro histórico da cidade de Loulé, mas nos diversos núcleos populacionais do concelho em que os proprietários dos imóveis atravessam dificuldades e necessitam de um enquadramento mais favorável.
Não se compreende porque não avança este executivo com a reformulação dos serviços municipais, visando a maior celeridade dos processos de licenciamento e, dessa forma, motivar a iniciativa privada a investir e a criar mais emprego.
Não custa nada referir a possibilidade de instalação de novas empresas no concelho, a localizar em áreas não habitacionais junto a Alte, Ameixial, Momprolé, Quarteira, Salir e Vale da Venda, sem todavia acrescentar que setores de atividade se pretende instalar e quais os montantes a investir ou os postos de trabalho a criar, salientam também os social-democratas louletanos.
Quanto ao apoio às indústrias criativas e sobre os incentivos ao comércio, esses virão unicamente em candidaturas no âmbito do novo Quadro Comunitário, ou a financiar pela derrama. Quais as regras para estes apoios, informação essencial aos empreendedores e empresários que pretendam investir, não disse o executivo liderado pelo socialista Vítor Aleixo uma única palavra, nem sequer apresentou os critérios base, ou ao menos um esboço de regulamento.
Com efeito, o executivo municipal referiu que irá disponibilizar lotes que possui para acolher investimentos, mas também não disse em que moldes pretende fazê-lo. Será através de alienação em hasta pública, por concurso, ou apenas um anúncio de intenções sem consequências?
Já no que concerne à promoção do concelho através do desporto, ficaria bem ao doutor Vítor Aleixo uma palavra de agradecimento ao anterior executivo camarário, liderado pelo PSD, pois a iniciativa «Loulé, Cidade Europeia do Desporto», foi uma candidatura efetuada pelo executivo liderado pelo doutor Seruca Emídio, a que o atual presidente de câmara se limitou, e bem, a dar continuidade.
A conferência de imprensa do executivo municipal se serviu para alguma coisa, foi para atestar a falta de capacidade em definir uma estratégia de desenvolvimento consubstanciada em projetos concretos para o concelho de Loulé, exceto dar continuidade aos projetos que o PSD deixou em carteira, ao longo de um mandato que se apresenta sem chama nem iniciativa.
Por: PSD Loulé