“É mais um mau dia para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) português. Numa região estratégica como o Algarve é absolutamente inaceitável que haja sempre problemas nos hospitais públicos e nos centros de saúde do Algarve. E problemas porquê? Por que os profissionais estão esgotados, trabalham 24 sobre 24 horas”, afirmou Álvaro Beleza aos jornalistas, à porta do Hospital de Faro, uma das unidades de saúde mais afetadas pela paralisação.
O membro do Secretariado Nacional do PS com o pelouro da saúde considerou que o problema que se vive na região, com “falta de profissionais” e a não contratação de mais enfermeiros, médicos ou auxiliares, é “gravíssimo” e é da “responsabilidade do Governo, que já sabe há muito tempo que existe esta situação e não é levada em devida conta”.
“Muita escassez de cuidados de saúde seria resolvida com mais contratação de enfermeiros em vez de os incentivarmos a ir para Inglaterra e para outros países”, afirmou ainda o dirigente socialista, frisando que a falta de médicos seria colmatada “com coragem” de abrir concursos para especialidades apenas na periferia.
“Pusesse o Governo jovens médicos, não em Lisboa, Porto e Coimbra, mas onde são precisos, no Algarve e no interior do país”, disse, frisando que “só pode haver vagas de especialidade nesses hospitais”.
“Não havendo vagas noutros hospitais eles [médicos especialistas] terão que vir para cá”, afirmou.
As Parceria Público Privadas também foram mencionadas por Álvaro Beleza, que disse terem sido “maus negócios” para o Estado, que permite agora a “um grupo mexicano fazer uma oferta pelo hospital de Loures”.
“Seria uma boa maneira de comemorar os 35 anos do SNS se o Governo ficasse de novo com o Hospital Público [Loures] do Grupo Espírito Santo e o Grupo Espírito Santo seguisse a sua vida”, afirmou.
Álvaro Beleza disse ainda estar convencido de que “se houvesse um grupo chinês que fizesse uma Oferta Pública de Aquisição do SNS, com jeitinho o governo vendia o SNS todo”.
“A vontade é vender o SNS a grupos privados e serem os privados a gerir a Saúde, a Educação e a Segurança Social públicas”, criticou, dizendo que o PS traçou uma “linha vermelha” que não vai deixar passar relativamente a esta matéria.
Por: Lusa