Um grupo de cerca de dez pessoas está a realizar uma «bicicletada» entre Viana do Castelo e Vila Real de Santo António para alertar as populações para os perigos da exploração de petróleo e de gás de xisto.

O grupo de "entre sete a dez pessoas" começou a pedalar no dia 13 e já passou por "todos os locais" onde foram assinadas concessões ou realizados estudos para este tipo de explorações, disse Ana Mendes, do grupo de ativistas.

Nos diferentes pontos por onde passam, montam uma "banca informativa" e procuram dinamizar debates e projetar filmes para consciencializar as populações para os perigos e riscos de explorações de petróleo em águas muito profundas e para a possibilidade de exploração de gás de xisto.

Em “muitos dos sítios" onde há explorações de gás de xisto a experiência "não tem corrido bem", sublinha Ana Mendes, referindo que as fraturas hidráulicas já contaminaram rios e aquíferos com resíduos, minerais e metanos.

Um dos problemas, frisa João Vinagre, outro dos participantes, centra-se na forma como tudo é feito.

"As concessões e os estudos são feitos em segredo. Não se sabe quase nada e há muito secretismo por parte das corporações e por parte do próprio Estado", criticou.

Segundo João Vinagre, no decorrer da "bicicletada" o grupo foi-se apercebendo de que a maioria das pessoas não tem conhecimento nem consciência do "impacto" destas explorações.

Na Figueira da Foz, houve estudos realizados por uma petrolífera em 2015, mas "muito pouco se sabe sobre o que se andou aqui a fazer", aponta Eurico Gonçalves, da Associação de Desenvolvimento Mais Surf, que acolheu o grupo neste concelho do distrito de Coimbra.

"A cidadania faz-se com esclarecimento e há muito pouca informação", sublinhou, realçando que as próprias empresas também "deveriam esclarecer os cidadãos para não ser apenas um movimento contra as explorações a explicar o que se anda a fazer".

O grupo segue na quinta-feira para Pombal, concelho onde há a possibilidade de exploração do gás de xisto, referiu João Vinagre.

A "bicicletada" já passou por Braga, Porto, Espinho e Aveiro, entre outras cidades, estando previsto passar por Lisboa, Peniche, Odemira, Aljezur, Albufeira e Tavira, antes de terminar a iniciativa, a 25 de julho, em Vila Real de Santo António.

 

Por Lusa