Comunicado do Secretariado da Comissão Coordenadora Distrital do Algarve do Bloco de Esquerda

A família de Stefan Boti foi desalojada da barraca que ocupava no ilhote de S. Lourenço, a família de Cláudia Fernandes vai ser desalojada da casa em que habita no ilhote do Coco. Em ambos os casos estas são famílias em situação de emergência social.

O Bloco de Esquerda do Algarve recusa a instrumentalização do drama destes cidadãos em nome do conflito de interesses que gira em torno da renaturalização das ilhas barreira. Assistimos a intervenções, de diversos atores políticos, que usam estes dramas para lançar uma cortina de fumo sobre o cerne da questão da ocupação das ilhas barreira, a apropriação por interesses individuais do bem comum que é o domínio público marítimo e os impactos dessa mesma ocupação a nível ambiental e os seus custos para o erário público.

Os mesmos que tão preocupados se mostram com as demolições de casas de férias e com a manutenção do estado das coisas, os mesmos que na praça pública não hesitam em usar os pescadores e mariscadores da nossa Ria Formosa como arma de arremesso para defender o interesse privado sobre o interesse público, nada fazem para minorar o problema destas duas famílias.

O Bloco de Esquerda do Algarve, independentemente da solução que cada cidadão, cada associação e cada força política defenda, ou venha a defender para a ocupação das ilhas barreira, exige à Sociedade Polis, à Câmara Municipal de Olhão e ao Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social o imediato realojamento destas duas famílias e o acompanhamento da situação social das mesmas.

 

Por: Secretariado da CCDABE