Com a alta inflação, os portugueses estão mais preocupados com o futuro e mais atentos às promoções e poupanças, diz estudo.

Uma série de eventos recentes não tem deixado os portugueses indiferentes. Primeiro a pandemia, depois a guerra da Ucrânia e o consequente aumento da inflação e dos juros no crédito habitação. Todo este contexto tem deixado as famílias com os nervos em franja. E um estudo da Boutique Research vem agora confirmar que a preocupação dos portugueses com o futuro está, hoje, ainda mais elevada do que no início da pandemia. E muitos temem não conseguir manter o seu nível de vida. As famílias têm vindo a ajustar o seu ‘modus vivendis’ e neste artigo explicamos como.

“Nos últimos dois anos e meio foram muitos os ajustes que os portugueses fizeram na sua forma de comprar e de viver. No início da pandemia, a incerteza levou a um medo enorme do futuro. Desta vez, não é a incerteza. São os efeitos da inflação que já se fazem sentir na carteira dos portugueses”, começa por explicar Sofia Abecasis, sócia fundadora da Boutique Research. E, por isso, “as empresas e as marcas vão, mais uma vez ter de se reajustar a este novo contexto”, acrescenta citada em comunicado enviado às redações.

 

Como é que as famílias estão a encarar a inflação?

A preocupação da inflação gerada num contexto de guerra já se está a traduzir numa mudança de comportamentos dos consumidores. No estudo desenvolvido pela Boutique Research – que decorreu entre 19 e 21 de setembro e que contou com 502 respostas – é possível avaliar se o aumento da inflação está a ter um maior ou menor impacto do que a pandemia teve na confiança, situação económica e forma de comprar dos portugueses. Estas são as principais conclusões do estudo:

Preocupação com o futuro mais elevada do que no início da pandemia: de acordo com o estudo 75% dos inquiridos dizem-se muito preocupados e 38% extremamente preocupados com o futuro, face aos 30% registados no início da pandemia (abril de 2020, altura do primeiro confinamento). E cerca de 86% dos portugueses considera que a situação económica do país ainda vai piorar bastante ou ligeiramente.

Manter nível de vida é uma dificuldade: cerca de 43% dos portugueses entrevistados afirma que não vai conseguir manter o nível de vida, face a 31% no início da pandemia;

Perder o emprego está fora de questão: não há ainda um medo de perder o emprego, já que 84% afirma que de tem certeza ou provavelmente não vai perder o emprego, situação que se pode alterar à medida que a retração do consumo comece a afetar as empresas.

Preços acessíveis e promoções mais relevantes na hora de comprar: na forma de comprar e comparando com o segundo confinamento, em fevereiro de 2021, aumenta a importância do preço acessível e das promoções (2 em cada 3 refere que estes 2 atributos são mais importantes do que antes). E aumenta também a procura por marcas próprias (37% no segundo confinamento vs 57% em setembro de 2022) e a utilização de cupões de desconto. 

Poupança sai valorizada: comparativamente com fevereiro de 2021 (segundo confinamento), os portugueses estão a tomar mais medidas de poupança. Cerca de 80% estar mais atento às promoções, 62% comprar menos roupa e/ou acessórios, 61% deixar de comprar produtos/ serviços supérfluos e 57% procura mais marcas próprias.

 

Por: Idealista