Em Lagos, reuniram-se na passada sexta-feira militantes e simpatizantes do PCP em jantar comemorativo, em que na intervenção de Vasco Cardoso, membro da Comissão Política e do Comité Central do PCP, foi particularmente destacado que o PCP, pela sua natureza e identidade, pelos seus objetivos e projetos, pela justeza dos combates que trava, é uma força sem paralelo do panorama político nacional.
Uma força com uma história ímpar de dedicação aos trabalhadores, ao povo e ao País e com muito mais futuro do que memória.
Ficou claro para todos que o PCP é portador de um projeto de futuro, portador das soluções e do projeto alternativo, contra o capitalismo, pela democracia avançada simultaneamente política, económica, social e cultural, nesse sonho milenário de que nenhum homem possa ser explorado por outro homem.
O PCP afirma-se pronto para assumir todas as responsabilidades que o povo lhe queira atribuir, para a efetivação e condução de uma política patriótica e de esquerda, no governo de Portugal.
Num clima de entusiasmo e confiança, foram no final apagadas as velas do bolo comemorativo de mais uma festa de aniversário do PCP, e com o mesmo entusiasmo se apelou à mobilização e intervenção dos militantes e simpatizantes e declarou o PCP preparado para a grande batalha das próximas eleições legislativas, na luta pelo derrube desta politica e deste governo.
Intervenção de Vasco Cardoso no jantar aniversário do PCP
Saudação aos camaradas e amigos presentes …
Saudação às mulheres presentes e nelas às mulheres portuguesas pelo 8 de Março, dia internacional da mulher …
O Partido Comunista Português faz hoje 94 anos. Pela sua natureza e identidade, pelos seus objetivos e projeto, pela justeza dos combates que trava, trata-se de uma força sem paralelo do panorama político nacional. Uma força com uma história ímpar de dedicação aos trabalhadores, ao povo e ao País e com muito mais futuro do que memória.
No dia 6 de Março de 1921, numa assembleia realizada na Associação dos Empregados de Escritório, na lisboeta Rua da Madalena, foi constituído o Partido Comunista Português e eleitos os seus primeiros órgãos dirigentes. Dificilmente os seus fundadores, operários, trabalhadores e sindicalistas, profundamente marcados pelo impacto da Revolução de Outubro e pela experiência da luta que os afastou das conceções e práticas do anarco-sindicalismo –tiveram consciência do alcance do seu gesto… De então para cá, muito mudou em Portugal e no mundo e os comunistas portugueses foram destacados protagonistas dos acontecimentos: na resistência ao fascismo, no processo revolucionário do 25 de Abril, na resistência (uma vez mais) à violenta ofensiva contra direitos, condições de vida e contra a própria soberania nacional que a contrarrevolução comporta. Os mais gloriosos episódios desta história estarão seguramente ainda por ser escritos.
Nestas quase nove décadas e meia, muitos combates foram travados, muita experiência foi acumulada, milhares de comunistas deram o melhor das suas energias, disponibilidades e capacidades (e alguns a liberdade e a própria vida) para transformar um pequeno núcleo de militantes combativos num grande e prestigiado Partido Comunista, profundamente enraizado nos trabalhadores e no povo, de onde provém e dos quais recebe a sua energia, a sua força, os seus militantes e dirigentes.
Travando a sua luta quase sempre «contra a corrente», nunca o PCP abdicou de defender direitos e aspirações das classes e camadas laboriosas, contra as políticas que promovem a concentração da riqueza nuns poucos à custa da exploração e da miséria da grande maioria. E fê-lo sempre, mesmo quando isso implicava, como implicou tantas e tantas vezes, os mais pesados sacrifícios, como a prisão, a tortura, a morte.
Hoje, os comunistas permanecem –com coragem, firmeza e determinação –na primeira linha dos combates que todos os dias se travam contra a exploração e o empobrecimento a que o capitalismo pretende conduzir os trabalhadores e os povos.
Camaradas
Neste 94º aniversário, digno da sua história o PCP, cumpriu e cumpre os seus compromissos, afirmou-se e afirma-se mais uma vez como o Partido com que os trabalhadores e o povo podem contar.
Afirma-se com a sua identidade comunista –a identidade do Partido –a sua coesão política e ideológica, a sua unidade, a partir do Programa e dos Estatutos.
O Programa de uma democracia avançada –os valores de Abril no futuro de Portugal e os Estatutos que diferenciam e definem o Partido e a sua identidade. A sua natureza de Partido da classe operária e de todos os trabalhadores, aquele que melhor defende os interesses das classes e camadas não monopolistas. Os seus princípios de funcionamento decorrentes do desenvolvimento criativo do centralismo democrático, assentes numa profunda democracia interna, numa única orientação geral e numa única direção central. A sua base teórica o marxismo-leninismo, o seu carácter de partido
patriótico e internacionalista e o seu objetivo de construção de uma sociedade nova –o socialismo e o comunismo.
A força da identidade, do projeto e dos valores do Partido Comunista Português fizeram e fazem a diferença na sociedade portuguesa.
O papel na resistência antifascista, na luta pela liberdade e a democracia, na revolução de Abril e na defesa das suas conquistas, a ação em defesa da independência e da soberania nacional, da Pátria portuguesa, a firmeza e determinação na intervenção e na luta, as soluções e um projeto para o País, o propósito da convergência dos democratas e patriotas.
O compromisso exclusivo com os interesses dos trabalhadores, do povo e do País, a conceção e a prática do exercício do poder pelos comunistas, o trabalho, a honestidade, a competência, a força que resulta dos comunistas que exercem cargos públicos assumirem o princípio de não serem beneficiados por esse facto.
A política de verdade, contra a mentira de ontem e de hoje, daqueles que têm enganado o povo e encaminhado o País para o desastre.
Estes valores do Partido Comunista Português são indissociáveis da sua identidade, ideal e projeto, foram gerados, afirmados e transmitidos por gerações e gerações de comunistas, por militantes como o camarada Álvaro Cunhal e tantos outros que fizeram o partido nas últimas nove décadas, são valores que se assumem, afirmam e passam às novas gerações, a todos os que se integram no PCP para que cumpra com honra o seu papel.
Estas características são um património e uma orientação, mas são acima de tudo a marca inconfundível de um projeto político e uma grande força impulsionadora de esperança e confiança no Partido e na luta por um Portugal com futuro.
Neste 94º aniversário são de particular importância as tarefas do reforço do Partido inscritas no XIX Congresso e na Resolução do Comité Central de 16 de Dezembro de 2013 “Mais organização, mais intervenção, maior influência –um PCP mais forte”.
Reforço do Partido assente no desenvolvimento da ação de contacto com os membros do Partido, entregando o novo cartão, atualizando os seus dados, criando melhores condições para uma maior, mais profunda e mais intensa ação política.
Reforço do Partido que passa pela adesão de novos militantes e pela sua integração nas organizações do Partido. Saudamos todos aqueles que aderiram ao Partido e aqui colocamos à reflecção dos que não são membros do Partido a importância de decidirem aderir ao PCP, de juntar a sua à nossa voz, para um PCP mais forte.
Reforço do Partido que é dar mais força à luta de massas e à intervenção política, estruturar a organização e melhorar o seu funcionamento, dando prioridade ao reforço da organização e intervenção do Partido junto da classe operária e dos trabalhadores, nas empresas e locais de trabalho, dinamizando as organizações locais, estruturando o trabalho junto de outras camadas, sectores sociais e áreas de intervenção específicas
Reforço do Partido que é dinamizar a divulgação da imprensa partidária, o «Avante!» e «O Militante» e a informação e a propaganda.
Reforço do Partido que é defender e reforçar a independência financeira do Partido, em que se integra a Campanha Nacional de Fundos “Mais espaço, mais festa, futuro com Abril” para a compra da Quinta do Cabo e alargamento o terreno da Festa do Avante e preparar ao mesmo tempo o êxito da Festa do Avante! deste ano que se realiza nos dias 4, 5 e 6 de Setembro.
Camaradas
Grandes exigências estão hoje colocadas à intervenção dos comunistas no quadro da atual situação.
Uma situação fruto da conjugação das consequências da natureza do capitalismo e do agravamento da sua crise estrutural, com os efeitos de 38 anos de política de direita e do processo de integração na União Europeia, ao serviço do grande capital, com a responsabilidade política do PS, PSD e CDS-PP.
Uma situação entretanto agravada, com a política dos PEC do Governo PS e do Pacto de Agressão com a troica, subscrito pelo PS, PSD e CDS-PP e que está marcada pela exploração, o empobrecimento, o desemprego, a emigração, o ataque aos serviços públicos e às funções sociais do Estado, a destruição do aparelho produtivo, a limitação da democracia, o comprometimento da soberania nacional.
O amarramento aos PEC e ao Pacto de Agressão com a troica foi pensado pelos seus promotores procurando a intervenção dos centros do grande capital transnacional como forma de garantir um salto qualitativo na política de direita tendo como eixo essencial o agravamento da exploração.
Meia década passada, esses centros de decisão, o Governo PSD/CDS-PP, desdobram-se em propaganda enganosa procurando, com este ou aquele elemento estatístico, esta ou aquela ação demagógica, esconder o desastre para onde conduziram e estão a conduzir o País. Mas a realidade não deixa dúvidas quanto ao grande salto atrás que foi infligido aos trabalhadores, ao povo e ao País.
Os grandes constrangimentos mantêm-se e agravam-se tendo como elementos centrais o domínio do capital monopolista e a dependência externa.
Entre os principais problemas e constrangimentos que afetam hoje o País está o garrote da dívida publica. Uma dívida insustentável que compromete o presente e o futuro do País. Uma sangria em juros, mais de 8 mil milhões de euros por ano, mais do que o País gasta no Serviço Nacional de Saúde e o dobro do investimento público.
O capital financeiro nacional e transnacional não está preocupado com o nível da dívida do nosso País. O que lhe interessa é que em nome da dívida possa continuar a fazer o saque dos recursos nacionais com os juros que recebe.
Portugal precisa de se libertar deste garrote, este dinheiro é fundamental para garantir salários, pensões, apoios sociais, serviços públicos, para investir no desenvolvimento do aparelho produtivo, aproveitar os recursos do País, aumentar a produção nacional, criar emprego.
Com o Tratado Orçamental e outros instrumentos de domínio da União Europeia e do Euro, a política das troicas, a política de exploração e empobrecimento dos trabalhadores, do povo e do país e de regabofe para o grande capital, por vontade deles, é para continuar.
É uma situação grave e com riscos acrescidos quanto ao futuro, independentemente das ilusões que são difundidas neste ano de eleições legislativas.
O quadro político nacional e as evoluções no plano europeu e internacional, colocam com toda a força e atualidade o projeto que o Programa do PCP expressa. Uma democracia avançada inspirada nos valores de Abril e parte integrante e constitutiva da luta pelo socialismo. Um projeto que tem como elemento iniciador a rutura com a política de direita e a concretização de uma alternativa patriótica e de esquerda.
Uma política baseada: na renegociação da dívida, dos seus montantes, juros e prazos; na promoção e valorização da produção nacional e na criação de emprego; na recuperação para o controlo público de sectores e empresas estratégicas, designadamente do sector financeiro; na valorização dos salários, pensões e rendimentos dos trabalhadores e do povo; na defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado, designadamente dos direitos à educação, à saúde e à proteção social e da cultura; numa política fiscal que desagrave a carga sobre os rendimentos dos trabalhadores e das micro, pequenas e médias empresas e tribute fortemente os rendimentos e o património do grande capital, os lucros e a especulação financeira; na rejeição da submissão às imposições do Euro e da União Europeia, recuperando para o País a sua soberania, económica, orçamental e monetária.
Uma política de libertação dos trabalhadores, do povo e do País do domínio dos grupos monopolistas e da dependência externa.
O desenvolvimento, alargamento e intensificação da luta de massas é uma questão fundamental e decisiva, em torno de reivindicações e objetivos concretos e imediatos, convergindo na exigência da rutura com a política de direita e na afirmação duma política patriótica e de esquerda e da alternativa política que a concretize.
Daqui destacamos a importância do fortalecimento das organizações e movimentos de massas.
Daqui saudamos as lutas desenvolvidas e apelamos à participação nas ações previstas …, em que se destacam as comemorações populares do 41º aniversário do 25 de Abril e à grande jornada do 1º Maio, dia internacional dos trabalhadores.
A rutura e a abertura do caminho do futuro, assenta na força dos trabalhadores e do povo, na convergência dos democratas e patriotas e no indispensável reforço do PCP e da expressão eleitoral da CDU.
A situação atual coloca ao povo português a exigência de uma opção política em conformidade com os seus interesses e as necessidades do País. O PS, o PSD e o CDS-PP são os responsáveis pela situação de declínio nacional, estão comprometidos com a continuação da mesma política e apesar de toda a demagogia, têm dificuldade de enganar outra vez o povo português na proporção de outros momentos. Os centros de decisão do grande capital, conscientes disso, esforçam-se por promover a desmobilização e a descrença, ao mesmo tempo que se empenham na criação das mais diversas forças e agrupamentos políticos procurando empurrar os descontentes para becos sem saída e novas ilusões. O povo português não precisa de andar à procura de opções que significam novas ilusões e logo novas desilusões, tem à sua frente a opção pelo PCP e pela CDU, a opção política coerente, capaz e indispensável para dar resposta aos problemas do País.
A opção necessária, indispensável e insubstituível, pelo PCP, pela CDU, por quem está pronto a assumir todas as responsabilidades que o povo português decida atribuir-lhe na construção de uma alternativa patriótica e de esquerda e no Governo do País, para concretizar uma nova política ao serviço dos trabalhadores e do povo, por um Portugal com futuro.
A opção pelo PCP, pela CDU, por quem se guia pelos valores da verdade, da seriedade, do trabalho, da honestidade e da competência.
A opção, pelo PCP, pela CDU, por aqueles que neste tempo de insegurança, incerteza, exploração, empobrecimento e humilhação, dão a segurança e a certeza de agirem com toda a determinação e confiança na defesa dos interesses, das condições de vida e dos direitos dos trabalhadores e do povo.
A preparação das eleições legislativas deste ano, uma grande campanha política de massas e de mobilização para o voto, para o reforço da CDU, a Coligação Democrática Unitária, PCP-PEV, que junta o PCP, o Partido Ecologista os Verdes, a Associação Intervenção Democrática e milhares de cidadãos sem filiação partidária.
Uma preparação que significa, como tem vindo a acontecer, alargar mais e mais o apoio à CDU de democratas e patriotas, daqueles que já apoiaram, daqueles que estão indecisos, daqueles que nunca pensaram apoiar a CDU e que perante a situação do País vão considerar esse apoio como um imperativo da sua vida.
Uma preparação que está na ordem do dia e em que cada um vai ter um papel decisivo, informando, ouvindo, esclarecendo, convencendo e mobilizando, em que vencendo discriminações e silenciamentos, vai para o contacto direto com os nossos camaradas de trabalho, vizinhos, familiares e amigos.
Uma preparação que associa ao esclarecimento político a informação sempre necessária de que votar na CDU, na Coligação Democrática Unitária, PCP-PEV é fazer uma cruz dentro do quadrado que no boletim de voto está a seguir à foice e o martelo e ao girassol.
Uma preparação confiante que começa desde já com a mobilização para a grande marcha nacional que realizaremos no sábado, dia 6 de Junho, em Lisboa. Marcha Nacional pela libertação e dignidade nacionais, por uma política patriótica e de esquerda, uma forte afirmação de exigência de mudança e de expressiva manifestação de confiança dos trabalhadores, dos democratas, dos patriotas, do nosso povo na sua luta por um Portugal com futuro.
Neste 94º aniversário, numa situação internacional complexa, em que se cruzam os perigos decorrentes da ação do imperialismo e das forças que se lhe associam em cada País com afirmações de vontade soberana dos trabalhadores e dos povos, e face a uma situação nacional marcada por um rumo de agravamento da exploração, empobrecimento, limitações à democracia, atentados à soberania, retrocesso social e desastre nacional, sublinhamos que está nas mãos dos trabalhadores e do povo português com a sua força, as suas realizações e os seus próprios objetivos, prosseguindo as melhores experiências de uma história de quase nove séculos, derrotar a política de direita, assegurar a libertação do domínio dos grupos económicos e financeiros e da submissão externa e abrir o caminho da emancipação social e nacional.
Neste 94º aniversário, neste tempo exigente, com a força da organização, da militância, do seu ideal e projeto, em estreita ligação com os democratas e patriotas, os trabalhadores, a juventude, o povo português, o PCP, toma a iniciativa e avança nesta luta que continua por uma política patriótica e de esquerda, por uma democracia avançada, inspirada nos valores de Abril, por um Portugal com futuro, pelo socialismo e o comunismo.
Viva o 94º Aniversário
Viva o Partido Comunista Português
Por: Comissão Concelhia de Lagos do PCP