O Presidente da República retomou na terça-feira as reuniões alargadas sobre a Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo, com associações e Governo, interrompidas desde o início da pandemia de covid-19.

De acordo com uma nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa "reuniu-se, no Palácio de Belém, com representantes de diversas associações para efetuar um ponto de situação sobre a Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (ENIPSSA), uma das causas que tem defendido e acompanhado desde o seu primeiro mandato".

"Nesta reunião de trabalho, a primeira realizada após o início da pandemia e que assinalou o retomar destes encontros periódicos de acompanhamento da ENIPSA, estiveram presentes a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, o coordenador da ENIPSSA, Henrique Joaquim, e representantes de associações que integram vários NPISA (Núcleos de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo) a nível nacional", lê-se na mesma nota.

Participaram nesta reunião o Centro de Apoio ao Sem-Abrigo (CASA), a Associação dos Albergues Noturnos do Porto, a InPulsar - Associação para o Desenvolvimento Comunitário, de Leiria, o Movimento de Apoio à Problemática da Sida, do Algarve, e a Comunidade Vida e Paz, a Associação para o Estudo e Integração Psicossocial, a associação Crescer, o Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Vitae – Associação de Solidariedade e Desenvolvimento Internacional, de Lisboa.

Já em contexto de pandemia de covid-19, em junho do ano passado, Marcelo Rebelo de Sousa contactou com pessoas em situação de sem-abrigo nas ruas de Lisboa, durante a noite, e considerou que se tinha tornado improvável o cumprimento da meta de pôr fim a este problema até 2023.

"É com tristeza que verifico que uma nova crise vai significar ou pode significar o aumento dos sem-abrigo", afirmou na altura o chefe de Estado aos jornalistas, acrescentando: "Estar agora a dizer que a meta de 2023 vai ser cumprida era estar a mentir aos portugueses. Não posso dizer isto, é uma mentira, porque não sei, e muito provavelmente não pode, por muito que se faça".

Marcelo Rebelo de Sousa assumiu a integração das pessoas em situação de sem-abrigo como causa enquanto Presidente da República e desde o inverno de 2016, ano em que iniciou funções, esteve nas ruas e visitou centros de acolhimento mais de vinte vezes e promoveu uma dezena de reuniões sobre este tema, juntando instituições e Governo, para pressionar a atuação das autoridades públicas nesta matéria.

No seu discurso de posse para um segundo mandato como chefe de Estado, em 09 de março deste ano, declarou ser "o mesmo de há cinco anos", a pensar em primeiro lugar "nos que mais necessitam", como "os sem-abrigo, os com teto, mas sem habitação condigna" e também os idosos "que vivem em lares ou em casa em solidão ou velados por cuidadores formais ou informais".

 

Por: Lusa