«A depressão Elsa [que está a atingir os Açores esta semana] está muito a norte do território do continente. O que vai afetar mais diretamente o estado do tempo é a passagem de umas ondulações frontais associadas a uma depressão complexa da qual faz parte a Elsa», começou por explicar o meteorologista Ricardo Tavares, do IPMA.
Em declarações à Lusa, Ricardo Tavares adiantou que o vento será «moderado a forte e muito forte nas terras altas, com ventos de 95 a 100 quilómetros/hora».
«O dia mais gravoso em termos de vento e precipitação será o de quinta-feira», explicou o meteorologista, adiantando que a situação irá manter-se nos próximos três a quatro dias, com «vento muito intenso, precipitação forte e persistente».
«Prevê-se ainda agitação [marítima] forte também na costa ocidental e amanhã também a costa sul do Algarve será afetada com ondas de sudoeste de quatro a cinco metros», acrescentou.
De acordo com Ricardo Tavares, foram emitidos avisos amarelos (o terceiro mais grave) para todo o território do continente, tendo em conta a precipitação e a agitação marítima esperadas
Para as regiões Norte e Centro estão emitidos avisos laranja (o segundo mais grave), que serão atualizados consoante o estado do tempo o exija.
«A partir de sábado prevê-se já uma pequena melhoria, não se prevendo a permanência de ventos e precipitação tão forte», frisou.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil emitiu hoje um aviso à população por causa do agravamento das condições meteorológicas, com precipitação forte e persistente, vento forte nas terras altas e agitação marítima forte em toda a costa.
No aviso à população, a Proteção Civil alerta para a possibilidade de «inundações rápidas em meio urbano, por acumulação de águas pluviais ou insuficiências dos sistemas de drenagem», e «inundações por transbordo das linhas de água nas zonas historicamente mais vulneráveis».
Avisa ainda que, tendo em conta as previsões do IPMA, há a possibilidade de inundações de «estruturas urbanas subterrâneas com deficiências de drenagem» e de formação de lençóis de água na estrada, além da queda de ramos de árvores, danos em estruturas montadas ou suspensas.
O agravamento das condições meteorológicas pode ainda levar a «possíveis acidentes na orla costeira» e a «fenómenos geomorfológicos causados por instabilização de vertentes associados à saturação dos solos, pela perda da sua consistência».
Por: Lusa