Uma médica interna do Hospital de Faro acusa um cirurgião e o diretor do Serviço de Cirurgia I de negligência médica.

O Ministério Público (MP) está a investigar as acusações de alegada negligência, onde a médica garante ter conhecimento de "onze casos" ocorridos este ano, dos quais três doentes morreram.

Nas redes sociais, Diana de Carvalho Pereira expôs a situação. "Fiz uma queixa na Polícia Judiciária de Faro contra o meu ex-orientador de formação e contra o Diretor do Serviço de Cirurgia".

"O diretor do serviço conhece os casos das queixas e não decidiu fazer queixa ou afastar o cirurgião em causa. É, portanto, conivente com os atos e foi também, pelo mesmo motivo, alvo das queixas", explicou.

A médica interna revela ainda que "relatei onze casos ocorridos entre janeiro e março deste ano daquilo que considero erro/negligência e que estão neste momento a ser investigados pelo MP".

"Dos onze doentes: três morreram, dois estão internados nos cuidados intermédios, os restantes tiveram lesão corporal associada a erro médico, que variam desde a castração acidental, perda de rins ou necessidade de colostomia para o resto da vida. Um dos doentes esteve uma semana com compressas no abdómen", denuncia Diana de Carvalho Pereira.

A médica interna diz ter sido alvo de retaliações após as denúncias.

Em declarações ao JN, o cirurgião, Pedro Henriques, e o diretor do Serviço de Cirurgia I, Martins dos Santos, refutaram as acusações.

O Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) instaurou um processo de inquérito interno urgente.

O diretor clínico pediu ao Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos a abertura de inquérito urgente. Está prevista uma visita de uma Delegação do Conselho Regional do Sul à unidade hospitalar.

Leia aqui a publicação completa de Diana de Carvalho Pereira. 

 

Por: Filipe Vilhena

 

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