Segundo o Jornal de Notícias, o projeto de diploma está, neste momento, em consulta pública, sendo depois discutido no Parlamento.
O Ministério da Saúde pretende compensar os médicos de família das zonas carenciadas com um prémio de 741 euros brutos sobre o ordenado mensal. Em troca, os clínicos aceitam alargar as listas de utentes até um máximo de 2.500, durante dois anos. Depois desse período, a medida será revista anualmente nas zonas em que o interesse público assim o exija e mediante o consentimento escrito do clínico, escreve a publicação.
O presidente Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar(APMGF), Rui Nogueira, considerou, no entanto, que se trata de uma solução “impraticável”. “Isto é só por causa das eleições. Daqui a dois ou três meses, ninguém se lembra disto”, disse, em declarações à Rádio Renascença.
Segundo o responsável, a proposta do Governo assenta numa ilusão, até porque uma lista com 2.500 utentes torna impossível o trabalho do médico de família: “Isso representa 35 ou 36 consultas diárias e não é possível fazer, todos os dias, 18 consultas de manhã e outras tantas à tarde. É uma ilusão, mesmo que seja transitório”.
Rui Nogueira considera até que o atual limite transitório definido, que é de 1.900 utentes, já é exagerado. “É evidente que, se houver mais horas de trabalho, tem de haver a recompensa, mas mesmo uma lista de 1.900 já é exagero”, referiu.
Por Idealista