Mensagem do bispo do Algarve destaca Quaresma como «tempo propício» para «gestos fraternos e solidários» com quem sofre

Foto: Samuel Mendonça
Na sua mensagem para a Quaresma deste ano, o bispo do Algarve lembra que aquele período de preparação para a celebração da Páscoa é um «tempo propício» para tomar consciência das «fragilidades humanas» e para os católicos se unirem, «através de gestos fraternos e solidários, àqueles que sofrem», reconhecendo que são «todos irmãos e peregrinos em busca de melhores condições de vida».
“A nossa atenção aos outros e à suas necessidades estimula-nos a cultivar o amor recíproco e à prática das boas obras, condições para progredir no caminho da santidade, vencendo a insensibilidade e a indiferença”, acrescenta D. Manuel Quintas no texto, escrito ontem e esta manhã divulgado pela Diocese do Algarve.
O bispo diocesano lembra que “a vivência quaresmal, deste ano, é enriquecida pela celebração do Jubileu 2025”, que “convida a caminhar como «Peregrinos de Esperança»”, mas também pelo Programa Pastoral da diocese algarvia que exorta os algarvios a serem “Alegres na Esperança (Rm 12,12)”.
D. Manuel Quintas propõe ainda a assumir como “proposta impulsionadora” do “caminho quaresmal comum, enquanto Igreja diocesana”, dois textos do Papa Francisco: a Bula de Proclamação do Jubileu e a sua recente mensagem quaresmal. Textos que convida “a meditar e a acolher como inspiradores do caminho” que, neste tempo litúrgico, conduz à “celebração do Mistério Pascal de Cristo”.
“O Papa Francisco detém-se a considerar o sentido e o significado de caminhar – juntos – na esperança e a destacar, em estreita ligação com o caminho jubilar, «os apelos à conversão que a misericórdia de Deus dirige a todos nós, enquanto indivíduos e comunidades»”, observa o bispo do Algarve.
A este propósito, apela a que todos se deixem “questionar pelas perguntas que o Papa Francisco” lança: “«Estou realmente a caminho ou estou paralisado, estático, com medo e sem esperança, acomodado na minha zona de conforto? Busco caminhos de libertação das situações de pecado e falta de dignidade? Somos capazes de trabalhar juntos, ao serviço do Reino de Deus, de modo sinodal e acolhedor com quantos se aproximam de nós? Vivo concretamente a esperança que me ajuda a ler os acontecimentos da história e me compromete com a justiça, a fraternidade, o cuidado da casa comum, garantindo que ninguém seja deixado para trás?»”.
“Cada Quaresma constitui sempre uma preciosa oportunidade de conversão pessoal com o objetivo de nos ajudar a alicerçar sempre mais a nossa fé em Cristo, a fortalecer a nossa relação com Deus e a purificar os nossos laços fraternos, enquanto caminhamos juntos na esperança, como nos exorta o Papa Francisco”, lembra, acrescentando ser “Cristo vivo e ressuscitado” que “ilumina, guia e fortalece neste caminho”.
O bispo do Algarve refere ainda que “este caminho em sintonia com toda a Igreja” será percorrido também “unidos, de modo particular, ao Papa Francisco na oração pela recuperação da sua saúde”. “A sua fé e a sua coragem inspiram-nos a abraçar a nossa própria fragilidade. Ele recorda-nos que, mesmo nestas circunstâncias, podemos encontrar esperança e consolo na presença amorosa de Deus”, escreve D. Manuel Quintas.
“Que todos, sobretudo os mais frágeis, estejam sempre presentes no nosso caminho quaresmal. No caminho do amor quem não avança recua. Certos e seguros de que a esperança não engana, porque «nasce do amor e se funda no amor que brota do Coração de Jesus trespassado na cruz», desejo a todos uma Quaresma santa e fecunda. Que a Virgem Maria, Mãe da Esperança, interceda por nós e nos acompanhe neste caminho”, conclui.
A Quaresma é um período de 40 dias (excetuando os domingos) que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário dos cristãos.
Folha do Domingo