por Natália Dias Pereira Salvador Sousa

Com mais ou menos prazer

Tão colada a hábitos e ao dever

Todo o tempo preenchi

E não sendo então capaz

De por algo para traz

Ricos talentos não expandi.

 

E deixo a vida terminar

Sem dar êxito nem lugar

Ao que na alma sinto e senti

De tal modo habituada

Fiz do meu tanto, nada

Só por insónias escrevi.

 

Ó talento… profundamento sentido

Consentiste e ainda consentes

Que outros meus talentos

Necessários e permanentes

E sendo tão persistentes

Dar-te-ão o lugar de vencido

 

Minha alma insatisfeita

Neste mundo muito medita

Mas não agindo como devo

Do que ela tanto me dita

Na memória me fica

Mas é tão pouco o que escrevo.

 

Sinto na alma e no coração

O que nem tem explicação

E mal cabe dentro de mim

Minhas ideias, a poesia

Deixando passar dia após dia

Em rédeas curtas

                        Até ao fim.