As eleições do dia 4 de outubro ficaram marcadas por uma enorme rejeição, por parte dos portugueses e, nomeadamente, dos Algarvios, das políticas de austeridade impostas nos últimos quatro anos pelo Governo PSD/CDS. Mesmo o PS, apesar de ter sido o partido mais votado na região, ficou ainda assim muito aquém daquelas que seriam as suas expetativas, sendo hoje mais evidente para a grande parte dos algarvios que também aquele partido é responsável pelas políticas de empobrecimento que afetaram o país e a região.
Entre essas políticas está, como temos vindo a denunciar, a imposição de portagens na Via do Infante. Uma medida injusta, pensada pelo PS e implementada pelo governo PSD/CDS, cujas consequências têm estado à vista. Não só a introdução de portagens acarretou um enorme custo para o já enfraquecido tecido empresarial da região, contribuindo para o número de insolvências e, consequentemente desemprego, como, ao empurrar o trânsito para uma Estrada Nacional 125 que não apresenta as condições mínimas de segurança, foi causa de perdas materiais e humanas, sendo que, sobre estas últimas, é impossível colocar um valor. E estas afirmações não são apenas feitas por nós, já que os números recentemente revelados pela Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária permitem aferir que o número de acidentes e mortes nas estradas do Algarve aumentou este ano, em comparação com o ano passado, tendo sido registados mais de 7.500 acidentes desde Janeiro e acontecendo grande parte destes acidentes na Estrada Nacional 125.
Ora, a campanha eleitoral para as eleições legislativas de 2015 trouxe para a ordem do dia, por parte de algumas forças políticas, uma reivindicação que de forma mais ou menos envergonhada iam fazendo: a redução do valor das portagens na Via do Infante como um imperativo a concretizar logo que a nova legislatura se inicie. De repente, e depois de quatro anos a rejeitar propostas que visavam a abolição das portagens na Via do Infante, os deputados eleitos pelo PS, PSD e CDS reconhecem afinal que há uma injustiça na cobrança de portagens na Via do Infante.
Pecam, contudo, por defeito! A injustiça na cobrança de portagens na Via do Infante não se encontra no seu valor, mas na sua existência. Por isso, o Movimento Algarve Sem Portagens reitera que a eventual redução do valor de portagens na Via do Infante não marcará o fim, ou sequer o abrandar, da sua luta, cujo objetivo só se concretizará quando o Algarve voltar a ser uma região livre de portagens, no respeito pela mobilidade como fator de desenvolvimento económico e social.
O Movimento Algarve Sem Portagens continuará, por isso, a desenvolver os necessários esforços à concretização do desse objetivo.
Por Movimento Algarve Sem Portagens