“As obras [de urgência] melhoraram a circulação na EN125, mas não chegam. O pavimento está em muitos troços bastante irregular e já apresenta algum desgaste. Tememos que as obras de urgência se tornem em obras definitivas, é um medo enorme que temos e é isso que não queremos”, afirmou Hugo Pena, do movimento cívico.
O responsável, que falava durante uma audição na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, convocada na sequência de um requerimento do Grupo Parlamentar do PSD, em abril, aproveitou a ocasião para mostrar, aos deputados, um vídeo com imagens da degradação da EN125 e os números de acidentes e vítimas mortais registados nos últimos anos.
“Queremos uma requalificação total, com pés e cabeça, que está prometida desde 2016 e todos os anos vem à baila a mesma situação”, afirmou Hugo Pena.
De acordo com um dos responsáveis do movimento cívico, este é um problema “que é do Algarve, dos residentes, do turismo e de cerca de 5% do PIB nacional”.
À semelhança daquilo que foi exigido hoje na mesma comissão, pelos autarcas de Vila Real de Santo António e Castro Marim, no distrito de Faro, também os responsáveis pelo Movimento de Utentes da EN125 reclamaram a isenção de portagens na Via do Infante (A22), durante o período de obras na Estrada Nacional.
“A Via do Infante não pode ser dissociada da EN125, não são alternativas uma à outra. Compreendemos que não se consiga dissociar ou deixar de ganhar receitas para o Estado através da Via do Infante. (…) No mínimo tenham a dignidade de dizer que ninguém paga a Via do Infante enquanto isto não estiver resolvido”, afirmou Hugo Pena.
De acordo com o deputado do PCP Paulo Sá, a “génese do problema está numa parceria público-privada (PPP) ruinosa para o Estado”.
Para o deputado do BE João Vasconcelos, esta é uma “situação” que ainda não conhece “um desenvolvimento final”, lembrando que há ainda uma parte da EN125 em más condições.
O deputado do PSD Cristóvão Norte apelou a que seja tomada uma decisão e que o problema seja resolvido para que as pessoas deixem de “estar em perigo”, recordando os números apresentados no vídeo do movimento cívico.
A deputada do PS Ana Passos afirmou ainda que este é um processo “complicado que leva muitos anos”, mas mostrou-se disponível para “apresentar soluções, nomeadamente para a população”.
Por: Lusa