O Museu Municipal de Lagos vai reabrir a 27 de outubro, dia daquela cidade algarvia, após obras de remodelação que se prolongaram por quatro anos, permitindo renovar o edifício e restaurar o acervo, anunciou a autarquia.

A reabertura do museu, fundado em 1932 e encerrado em setembro de 2017 para obras de remodelação, vai dar um “importante contributo para o reconhecimento e projeção cultural do Algarve”, refere a autarquia do distrito de Faro em comunicado.

“A intervenção agora concluída permitiu uma nova programação dos conteúdos, a conservação e restauro do acervo e uma valorização da coleção exposta, agora exibida ao público em ambientes museográficos de acordo com conceitos atuais, mas com o máximo respeito pelas ideias originais do patrono e fundador do museu, Dr. José Formosinho”, desvelou o município.

O homem que dá nome ao equipamento, nascido em 1888 e falecido em 1960, foi o responsável por promover junto da Câmara Municipal de Lagos a constituição, em 1930, de um museu regional.

O museu, que vai funcionar “no mesmo edifício onde se instalou há quase um século”, foi alvo de “melhoramentos substanciais” e vai contar com “uma exposição de longa duração” composta por um “importante conjunto de peças correspondentes ao período posterior a 1460 (ano da morte do Infante D. Henrique) e que vai até ao fim da Guerra Peninsular”.

Neste conflito - que se prolongou entre 1808 e 1814, para travar o controlo da Península Ibérica pelo império francês durante as guerras napoleónicas -, participou o Regimento de Infantaria n.º 2, de Lagos, a cuja Irmandade religiosa pertenceu a Igreja de Santo António, monumento nacional barroco que integra o percurso do museu” destacou a autarquia.

A mesma fonte sublinhou que esta monumento ganhou uma nova iluminação, que “valoriza a talha dourada, as pinturas em tela, o teto pintado em perspetiva e a imagem do Santo Patrono da Irmandade”.

Segundo o município, no interior do museu, algumas peças notáveis do seu acervo ganham agora o merecido destaque e contextualização histórica e artística por meio de textos acessíveis, grafismos e aplicações multimédia”.

A Câmara de Lagos referiu também que o museu conta com “a exibição de coleções especiais, constituídas pelo fundador do museu e enriquecidas por inúmeras doações das gentes de Lagos”.

Entre estas peças estão “um gabinete de curiosidades, uma secção de pintura naturalista dos séculos XIX e XX e uma secção dedicada às chamadas indústrias artesanais ou caseiras, com um notável conjunto de objetos, resultado de saberes transmitidos usualmente no seio da família, mas que foram também alvo de inovação no ensino formal entre a I República e o Estado Novo”, precisou .

A remodelação do equipamento e o restauro do acervo foram efetuadas no âmbito do Programa Operacional CRESC Algarve 2020, numa candidatura com um investimento total no valor de 3,4 milhões de euros, beneficiando de um financiamento de 60% do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

A autarquia anunciou ainda que “em breve” vão ser realizadas “obras de ampliação do Museu de Lagos Dr. José Formosinho para o edifício fronteiro, onde funcionou a antiga esquadra da PSP, para ali instalar as coleções correspondentes ao período que vai até 1460, de caráter predominantemente arqueológico”.