Por sentir que os meus fracassos
São retalhos e pedaços
Do teu desprezo e desdém.
Odeio-te, muito embora,
Pense em ti, a toda a hora,
E não ame mais ninguém.
E neste meu desespero,
Vivo um amor, que não quero
E que desejo esquecer,
Chama, que tento apagar,
Mas sinto-a continuar,
Teimosamente, a viver.
Na poeira dos teus passos,
Eu vivo meus sonhos falsos,
Num desespero cruel.
É tormento, que não passa,
Porque mo serves em taça
De amarguras e de fel.
Mas, porque te quero tanto,
No carpir deste meu pranto,
Verto lágrimas reais.
É por ti, que choro e rezo,
Não aceito o teu desprezo
E, cada vez, te amo mais.