O candidato presidencial sublinhou que muitos setores, nomeadamente o turismo, só conseguem funcionar graças à presença de trabalhadores estrangeiros.
Ao longo do fim de semana, o almirante percorreu os mercados de Loulé e Olhão, participou num jantar com apoiantes e manteve um encontro prolongado com a comunicação social regional, onde abordou os principais desafios do distrito. Acompanhado pelo seu mandatário regional, Pedro Pimpão, afirmou que o Algarve enfrenta problemas que limitam a fixação de residentes, destacando carências na habitação, falta de resposta em creches, dificuldades no acesso a cuidados de saúde e uma relação distante com a administração central.
Gouveia e Melo considerou que grande parte da população que se estabelece na região trabalha com remunerações baixas, realidade que, no seu entender, fragiliza a economia. Defendeu a necessidade de promover um modelo assente em rendimentos dignos, capaz de sustentar um mercado interno mais forte e favorecer o desenvolvimento de uma classe média sólida.
Questionado sobre o que tem ouvido da população durante as ações de rua, referiu que o sentimento dominante não difere do que encontrou noutras zonas do país: um cansaço crescente com a política e a perceção de que esta se tem tornado demasiado discursiva e pouco eficaz. Segundo o candidato, esta frustração abre espaço à ascensão de soluções extremadas que, apesar de atraírem setores descontentes, não apresentam respostas realistas.
O almirante assumiu que pretende contribuir para inverter esta tendência, sublinhando que o papel presidencial não se esgota na relação com a governação, mas sobretudo na forma como o Chefe de Estado interpreta e garante os princípios fundamentais da democracia. Reafirmou a sua independência partidária e defendeu que o país precisa de líderes transparentes, capazes de enfrentar problemas estruturais sem evasivas.
Abordando temas como segurança interna, tráfico de droga e corrupção, Gouveia e Melo afastou-se do discurso de adversários que, segundo disse, usam estas matérias para gerar medo. Distinguiu entre identificar preocupações legítimas e propor soluções viáveis, considerando que algumas propostas extremistas, quando analisadas na prática, revelam-se inexequíveis. Como exemplo, afirmou que a expulsão massiva de imigrantes colapsaria setores essenciais da economia regional.
A visita ao Algarve terminou com o compromisso de continuar a ouvir as populações e de defender um estilo político assente em ação concreta, num momento em que, segundo o candidato, a confiança nas instituições depende cada vez mais da capacidade de entregar resultados.




