A Ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamenta profundamente a morte do escritor e poeta Fernando Echevarría (1929-2021), autor de uma vasta obra poética que se destacou pelo tom meditativo e pela profundidade filosófica dos seus versos.

Natural de Cabezón de la Sal, em Espanha, e filho de mãe espanhola e pai português, começou a afirmar-se no meio literário no final dos anos 50 com obras como “Entre Dois Anjos”, o seu primeiro livro, publicado em 1956, “Tréguas para o Amor”, de 1958, aos quais se seguiram “Sobre as Horas” (1963) e “Ritmo Real” (1971).

Nestas primeiras obras surgem já evidentes os traços e características mais significativas de obra poética de Fernando Echevarría, uma construção lírica rigorosa no desenho dos versos e exigente na sua dimensão intelectual, constituindo um dos percursos líricos mais coesos e coerentes da poesia portuguesa da segunda metade do século XX.

Em fevereiro de 2019, por um percurso de vida dedicado às causas da cultura, Fernando Echevarría recebeu a Medalha de Mérito Cultural, distinção que veio homenagear uma obra e um percurso amplamente premiados, com reconhecimentos como o Prémio de Poesia do Pen Club (vencido por duas vezes), o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (também por duas vezes), o Prémio D. Dinis ou o já referido Prémio Casino da Póvoa, entre muitos outros. Em reconhecimento do seu trabalho poético, mas também do seu percurso cívico, foi também distinguido com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

A cultura portuguesa perde hoje um nome que assinou uma obra poética densa, imensa e que continuará a ser lida com renovado interesse nos múltiplos caminhos que abriu, mas, também, um homem que dedicou parte da sua vida ao ensino.

À Família e Amigos enviam-se sentidas condolências.