Por F. Inez

Os nomes dos meses do ano são uma História que já vem do tempo do Império Romano, do Imperador talvez mais célebre da sua História … Júlio César … corria o ano 46 Antes de Cristo … ma já nessa altura se fazia “batota”, se fazia plágio, copiando e apropriando aquilo que outros já tinham inventado. Júlio César copiou o modelo que séculos antes já vinha sendo adotado pelos Faraós, no Egito.

Corria o ano VII, Antes de Cristo, quando inventaram o primeiro Calendário, que nessa altura dividia o ano em apenas 10 meses. Mas porque essa contagem criava imensos problemas, uma vez que contrariava o Ano Solar, quando se deram conta disso … ainda no séc.VII, Antes de Cristo, foram então criados mais 2 meses – janeiro e fevereiro, para corrigir o atraso de cerca de 50 e poucos dias. Mas reza a História que foi realmente Júlio César que decretou o ano de 365 dias … que temos ainda hoje … e mais tarde ainda remendado com os anos bissextos … para manter o calendário ajustado com a translação da Terra, porque o ano solar é cerca e 6 horas mais longo que o ano civil, mas já antes de Jesus Cristo os egípcios tinham proposto a adição de 1 dia no calendário, de 4 em 4 anos. Cada mês do ano deve o seu nome a determinados acontecimentos históricos, sobretudo aos deuses pagãos da mitologia dessa época. Por exemplo, o mês de agosto … e era precisamente aqui que queríamos chegar … uma vez que neste momento ele está a decorrer … deve o seu nome ao Imperador César Augusto, fundador do Império Romano, contemporâneo de Jesus Cristo.

E, no fim de contas, tudo isto vem precisamente a propósito do mês de agosto … ansiado por muitos … e se calhar odiado por outros tantos! Ser-se algarvio e passar o mês de agosto nesta encantadora província seria uma bênção e um privilégio … não fosse a multidão turística que nesta altura toma de assalto esta nossa Província. Com muita frequência usufruem daquilo que lhes agrada, mas talvez com uma pontinha de inveja … por não terem o clima, as infraestruturas e o mar nas suas terras, vão daqui pondo defeitos em tudo o que encontraram … “um inferno” … “nunca mais cá volto” … só que nos anos seguintes estão novamente de volta! Há uns anos atrás chamei-lhe, por mera brincadeira, a invasão dos “bárbaros” e que a partir de determinado número de turistas se devia condicionar as entradas … uma espécie de numerus clausus … a partir daí só iriam entrando em número igual àquele que fosse saindo!

Também é preciso brincar com coisas sérias … “ridendo castigat mores” … a brincar se castigam os costumes … já lá diziam os nossos amigos e ancestrais latinos … mas é evidente …  todos sabemos … o turismo é neste momento a principal fonte de receita da economia do Algarve, e ainda bem que assim é! Mas, entretanto, os algarvios, mas também os turistas, sofrem com esta overdose de visitantes … e não há nada a fazer senão esperar que passe o mês de agosto … para que os visitantes regressem à sua Terra e os algarvios possam de novo voltar a usufruir da sua Província! Transito rodoviário contínuo e caótico…  filas intermináveis …e é como se de repente fosse abolido o código da estrada … cada um faz o que lhe apetece, sem respeito pelas prioridades …  de vez em quando lá aparece um automóvel a dar o “pisca” … que muitas vezes está esquecido ou então volta para o lado contrário. Não obstante os abundantes parques e lugares de estacionamento … arranjar um espaço disponível é autêntico milagre …  um golpe de sorte … porque algum veículo acabou de sair! Nos centros comerciais … supermercados … multidões de clientes.

Restaurantes … há que marcar com uma antecedência de dias … ou então esperar que o acaso nos facilite a vida! Até a meteorologia parece apostada em nos contrariar … se não está um calor insuportável … então até está um “fresquinho” impróprio dos meses de verão! Quando se está de férias ou em situação de lazer … ainda se vai tolerando esta invasão estival … mas para quem estiver a trabalhar e tiver que se deslocar … é um autêntico suplício! Quer-me parecer que se o Imperador César Augusto cá voltasse de novo e visse o que por aí se passa no Algarve no mês de agosto … se calhar alterava o nome do mês e passava a chamá-lo de …  Infernosto … mas lá diz o velho ditado … “não há mal que sempre dure … nem bem que nunca se acabe … e se calhar o melhor é esperarmos pelo mês de Setembro … ao fim de alguns dias já ninguém se lembra deste tormento! Alem de egoísta … a memória é curta.