Por Neto Gomes

No passado dia 6 de junho, o Louletano saiu à rua para comemorar o seu centenário, num momento de grande agitação em nome do futuro, porque ali, frente à sede, a 14.ª sede da sua história, estacionou gente de todas as idades, levando na lapela a Caminhada do Centenário e uma tremenda vontade de prosseguir a história, mesmo que os sermões sejam sempre os mesmos: trabalho, dificuldades, sofrimento, alegria e a luta constante de um clube, que se orgulha, de levar 100 anos a formar gerações.

De facto, 100 anos a formar gerações, que é o título do livro do Centenário, que estamos a escrever, leva-nos à certeza, que passagem de uns para os outros, o Louletano prosseguirá a sua história.

Lembramos que momentos antes, do chamado «tiro de partida» para o começo da caminhada, assistiu-se a uma importante cerimónia, onde o Louletano foi distinguido pela notável caminhada desportiva na época agora finda.

E como pano de fundo da cerimónia, exaustivamente aplaudida, via-se gente equipada a rigor assente numa indisciplina credível, onde cada um trazia a «farpela» que tivesse mais à mão, simbolizadora das cores do clube e representando todas as modalidades, desde o ciclismo ao futsal, daqui rumando à ginástica até ao florir do futebol, tendo como pano de fundo o cartaz supremo do centenário.

Tony do Adro presidente do clube, cuja presidência é a mais prolongada de toda a história do LDC, prestou uma singela, mas significativa homenagem a Túlio Correia Martins, o velho/novo Túlio, que queria ficar discreto lá no cimo da janela da sua casa, mas a insistência dos que o amam, sim, porque o Túlio continua a ser um Louletano muito amado, veio cá baixo, e ao som de mil aplausos, recebeu das mãos de Reinaldo Teixeira, Presidente da Associação de Ciclismo do Algarve, a taça simbolizadora do título de Campeão do Algarve, o regresso aos Campeonatos Nacionais e de igual modo, a denúncia, pela voz de Reinaldo Teixeira, que o Louletano teve uma época sensacional e ganhou tudo o que havia para ganhar…

O mais, foram palavras de circunstâncias, embora tínhamos que simbolizar, a intervenção do Vereador do Desporto, Carlos Carmo, que em nome do Município não só felicitou o Clube pela passagem do centenário, que legitima um grande orgulho para a Cidade e para o Concelho, mas também o sublinhar das relações institucionais e de compromisso, entre o Autarquia e o Clube e, que se manifesta, com todos os Clubes do concelho.

E enquanto no espeto rodava um leitão, soltou-se a caminhada e quando regressou já as luzes da cidade brilhavam, um brilho que não conseguiu ofuscar, antes pelo contrário, o acender das velas e o coro de gente da todas as idades, num sentido e emotivo: Hoje é dia de festa, cantam as nossas almas, para o Louletano…

Tony do Adro, ainda falou das relações com os diferentes clubes do Concelho e a filosofia protocolar que tem estabelecido com alguns. Afinal, é no fazer de pontes, que se fazem os caminhos…

Já passava da meia noite, quando as luzes da festa se apagaram, deixando a certeza que o centenário se vai prolongar até final do ano…na esperança de muitas mais conquistas, mas também no abraço solidário que o clube precisa, para manter a força e o projeto da sua história, a formar gerações.

 


 

MUNICÍPIO DE LOULÉ SAÚDA LOULETANO DESPORTOS CLUBE

pelo 100º ANIVERSÁRIO

 

O Louletano Desportos Clube, uma das associações desportivas mais emblemática do concelho de Loulé, celebrou 100 anos de existência e a Autarquia felicita publicamente os seus dirigentes, técnicos, atletas, colaboradores e sócios por esta data tão importante.

«É uma força viva da nossa comunidade, um exemplo da dinâmica associativa deste território, que tem contribuído em grande medida para que Loulé seja hoje uma referência também na área do desporto, conhecido em todo o país e além-fronteiras, graças à presença assídua dos seus atletas nas mais importantes provas nacionais e internacionais, com muitos títulos conquistados.

O seu ecletismo, único no sul do país, tornam o Louletano um caso singular, reunindo modalidades como o Futebol, Ciclismo, Ginástica, Natação, Triatlo, Futsal, Powerlifting, Artes Marciais, entre outras. Mas não é só a competição que movimenta o clube, é também a aposta na formação que fazem do LDC uma coletividade que tem um papel social ativo, inclusivo e promotor da igualdade. São milhares os jovens que diariamente encontram nesta casa um local de aprendizagem (desportiva e não só), de convívio e uma escola para a vida, promotora dos valores de camaradagem, espírito de equipa, respeito pelo outro e “fair-play.

Parabéns, Louletano Desportos Clube! Que venham muitos mais!», referem os responsáveis municipais.

 

De Frutuoso da Silva à vitória na Volta e Escolas de Futebol

Fundado a 6 de junho de 1923, o LOULETANO DESPORTOS CLUBE nasceu de uma fusão de duas associações que se dedicavam à prática desportiva e social na então vila de Loulé.

O objetivo dos fundadores do clube – liderados por Frutuoso da Silva, o primeiro presidente da direção do Louletano Desportos Clube – era a prática do Futebol e as atividades sociais, nomeadamente jogos de salão e bailes.

Ao longo dos anos, uma modalidade surge como ex-líbris do Clube: o Ciclismo. Nomes como Joaquim Apolo, Valério Clara “Chocolateira”, Tenazinha e outros, ficaram na história do Louletano e de Loulé por feitos então considerados quase heróico e pelo fervor popular em provas como a Volta a Portugal.

Com o 25 de Abril de 1974, o número de atividades desportivas e sociais do Clube aumentou, constituindo-se as equipas de Futebol e Basquetebol juvenil, de Xadrez, de Atletismo, etc. Foi a época da massificação extrema da prática desportiva – impulsionada pela novidade e pela apetência da população em participar e em contribuir com o desenvolvimento local. Como consequência lógica desta massificação, de toda esta quantidade surgiu também a qualidade.

E eis que na época de 1976/77 acontece um dos maiores feitos do historial do LDC: a equipa de Iniciados de Futebol disputa a final do Campeonato Nacional, sagrando-se vice-campeã frente ao FC Porto (derrota por 2-0). Para atingir esta classificação, clubes como o Sporting ou o Belenenses baqueiam frente a uma equipa formada só por jogadores de Loulé e cuja génese foram as Escolas de Futebol criadas em 1974.

Por essa altura, o Louletano praticava, igualmente, Andebol, Futebol Sénior (subida à 3ª Divisão Nacional), Atletismo, Râguebi e Xadrez.

Em meados dos anos oitenta, o Clube teve uma meteórica ascensão. A favorável conjuntura económica que a região algarvia atravessava, aliada a um superior apoio, quer a nível de infraestruturas, quer financeiro, prestado pela edilidade louletana e pelas grandes empresas a laboraram no concelho de Loulé, e ao reforço, em termos organizativos da estrutura do Louletano, contribuíram para esta elevação.

O Louletano tornou-se o primeiro clube a Sul do Tejo a vencer uma Volta a Portugal em Bicicleta, quer a nível individual (Cayn Theakston, em 1988), quer por equipas (1987).

São criados os departamentos de Ginástica e de Natação, hoje estruturas de grande vitalidade dentro do Clube, movimentando em conjunto, cerca de 1500 desportistas, que, desde a vertente de recreação/manutenção, até ao alto rendimento, detêm um capital de prática desportiva de assinalável relevo a nível nacional e internacional. Como consequência de todo este universo, o Louletano é detentor de diversos títulos e recordes nacionais e, inclusive, atletas que, com as cores da Seleção Nacional, obtiveram (e obtém) honrosas classificações a nível mundial.

É reforçada a aposta nos escalões de formação, com especial carinho e relevo para a criação, em regime contínuo, das Escolas de Futebol, que para além de proporcionarem a aprendizagem teórica e desportiva dos conceitos básicos da modalidade, cumprem uma função social de peso na cidade de Loulé, a de ocupação dos tempos livres de estudantes dos 5 aos 12 anos.

 

Por: CML