Em nossa opinião, este tipo de resposta, abrupta e unilateral, manifesta uma atitude de prepotência, por parte da REFER, imprópria num país democrático, tendo em conta que decorrem contactos, entre a Autarquia e a REFER, para que uma solução digna e sensata seja encontrada.
Enquanto todos nós, cidadãos e autarcas, nos esforçamos para que a melhor solução seja encontrada (pela via da maior segurança e menor transtorno em consonância com as necessidades da referida empresa), a REFER insiste em fazer valer todo o seu poderio (pago por todos nós contribuintes), pura e simplesmente ignorando a população Olhanense e lançando-se numa atitude egocentrista e prepotente, cortando literalmente a cidade de Olhão ao meio, através de uma trincheira, trincheira essa que já provocou vários acidentes com cidadãos, pois as pessoas insistem, por necessidade, em utilizar a passagem superior, prova disso a destruição da vedação, já por duas vezes, nesta fase.
A alternativa existente é por todos rejeitada. Há mais de 25 anos, não existe o registo de qualquer acidente, sendo somente necessário, em nossa opinião, aumentar os níveis de segurança neste local, colocando sinais sonoros e luminosos, acrescido de uma porta/cancela de fecho automático. Obra de baixo custo, que iria satisfazer todas as partes envolvidas.
Incompreensível e por demais intolerável, é como conseguimos adjetivar esta tomada de posição da REFER pois, num estado de direito democrático, o poder de uns não pode sobrepor-se, sem mais, ao interesse e necessidade da população.
Não em Olhão, um local cujo povo se fez a si próprio e já demonstrou, por diversas vezes, ser digno de poder e de ter o direito à palavra nos assuntos que o afetam.
Não se trata aqui de um capricho dos Olhanenses. Trata-se, isso sim, de pessoas que merecem ser respeitadas e que, desta forma, veem a sua qualidade de vida altamente prejudicada; sobretudo aquelas de idade mais avançada ou com algum tipo de limitação, para quem a travessia do túnel se revela uma impossibilidade, devido à inclinação demasiado íngreme. Situação que se agrava, conforme relatos recebidos de inúmeros fregueses, devido ao piso escorregadio quando chove, tendo nestas ocasiões ocorrido inúmeras quedas e até a desistência, por parte de muitos Olhanenses, de atravessar o túnel por incapacidade de o fazer pelos seus meios.
Se isto não é limitar a vida das pessoas, como se um “Muro de Berlim” as privasse de ir ao outro lado da fronteira, não sabemos o que será.
O Presidente da Junta de Freguesia de Olhão
Luciano Neves de Jesus