A Passagem de Ano em Olhão promete, mais uma vez, atrair milhares de olhanenses e forasteiros à zona nobre da cidade, para receber em ambiente de festa o ano que se avizinha.

A escolha da Câmara Municipal em relação ao local da festa que se pretende para todos os olhanenses e visitantes, voltou a recair sobre o Jardim Pescador Olhanense, junto à Ria Formosa, cenário privilegiado para o espetáculo de fogo de artifício marcado para a meia noite.

A festa começa, no entanto, mais cedo, com muita música proporcionada pelos grupos olhanenses Iris e Gerações. Estes últimos são os primeiros a subir ao palco, pelas 22h00.

A partir das 23h30, os Iris levam até à meia noite os milhares de pessoas aguardados no recinto, altura em que haverá lugar ao espetáculo pirotécnico, após o qual a banda promete continuar com a animação.

O grupo Gerações volta à 1h00, e a festa continua pela noite dentro.

O programa de animação de Passagem de Ano proporcionado pela Autarquia olhanense tem entrada livre.

Os temas musicais cantados falam da escravidão. Os documentos históricos serão transformados em monólogos e diálogos, sem recurso a metáforas, e serão contados por dois atores: um negro, Mário Spencer, e um branco, Thomas Bakk, sublinhados por música incidental (composições contemporâneas para esculturas sonoras, de Victor Gama). O roteiro e direção é de Tela Leão.

“No jogo teatral o máximo de fantasia que nos permitiremos será a alternância de papéis entre oprimido e opressor, para efeito de reflexão. O objetivo é tirar a História do domínio da pesquisa académica e trazê-la para o domínio da emoção, para que haja reconhecimento e justiça, para que não seja esquecida e na esperança que assim, talvez, possa um dia parar de se repetir… pois infelizmente a escravidão moderna é uma realidade”.

Pretende-se, no final da sessão, promover uma conversa e troca de impressões com o público, aproveitando não apenas para discutir os efeitos que ainda persistem na relação entre os descendentes de africanos e os brancos europeus ou seus descendentes, que geraram e nutriram o racismo, como também os casos de práticas de escravização que ainda persistem no século XXI, que usam outras técnicas, abusam de diferentes etnias, e servem outros mercados.

Esta iniciativa insere-se nas manifestações no âmbito da década dedicada pelas Nações Unidas aos afrodescendentes – “People of African Descent: recognition, justice and development”.

A entrada é livre.

 

Por CM Olhão