Os Open Studios Faro celebram a sua quinta edição entre sexta-feira e domingo, em 25 locais da cidade e arredores, com um programa que inclui exposições, conversas, oficinas, encontros com artistas, anunciou a organização.

A Na Mouche – Associação Cultural é a responsável pela organização da iniciativa, que se realiza agora em formato bienal e vai proporcionar ao público algarvio, de forma gratuita, o acesso à atividades de artistas nacionais e internacionais, permitindo-lhes o contacto com o espaço onde trabalham e com o processo criativo, explicou Daniela Garcia, da organização.

“Os Open Studios Faro são um evento em que o ponto principal é um roteiro de estúdios de artistas, que fica aberto durante um fim de semana e qualquer pessoa pode visitar sem necessidade de marcação”, afirmou Daniela Garcia, em declarações à agência Lusa.

Este elemento da associação cultural Na Mouche precisou que os espaços onde os artistas trabalham “normalmente estão fechados” e, durante o fim de semana, “as pessoas podem visitá-los” para ver “onde é que o artista cria e como cria”, o que permite “desmistificar” a obra de arte, “aproximá-la do quotidiano” e eliminar barreiras entre público e criação artística.

“Além desta parte central do roteiro dos estúdios, temos sempre uma programação paralela”, frisou Daniela Garcia, dando o exemplo de uma exposição coletiva com curadoria do Miguel Cheta, com a participação de 17 artistas nacionais, que tem o título “Filling Tanks With The Ghost” e assinalará a inauguração do Open Studios Faro (OSF), na sexta-feira, às 17:00.

A organização oferece também aos participantes “atividades para públicos familiares”, como “um ‘workshop’ dinamizado por Margarida Botelho”, onde as crianças podem participar numa “oficina criativa” e sobre o tema da polinização, fazendo no final uma instalação em forma de cúpula com os seus desenhos.

A oficina de partilha de saberes “História com Pontos” é outra das atividades previstas e na qual vão ser feitos “bordados coloridos sobre fotografias a preto e branco” estampadas em tecidos, em colaboração com o Clube da Agulha, indicou.

Uma pintura comunitária, com artista Jaqueline Arashida, no Consulado Geral do Brasil, em Faro, aberta aos visitantes, ou a oficina “Woodify”, destinada a crianças a partir dos seis anos, na qual vão poder “criar o seu próprio candelabro em madeira”, são outras das propostas do OSF, referiu também Daniela Garcia.

O encontro com o artista Vicente Brito, “médico ortopedista de Faro que sempre desenvolveu em paralelo à sua carreira de médico a atividade artística”, ou uma conversa com o diretor artístico e coreógrafo Noé, que dirigiu a peça “A Hierarquia do Medo”, estão igualmente entre os destaques feitos pela fonte da organização, que preparou também visitas guiadas por alguns estúdios para o público com menos à vontade para os visitar sozinho.

“Ao termos acesso a esses bastidores, estamos convencidos que as pessoas começam a olhar para a arte de outra forma e que, elas próprias, quer enquanto produtoras de arte, quer enquanto consumidoras, começam a integrá-las mais no seu quotidiano”, considerou Daniela Garcia, frisando que a Na Mouche cumpre assim os seus objetivos de fomentar a democratização da arte e a formação de públicos.

Daniela Garcia assinalou ainda que a quinta edição do OSF decorre sob o mote “Resgatar”, que visa preservar um património cultural regional que “é muito rico” e tem vindo a ser “um bocadinho perdido ou mal gerido”, e a associação Na Mouche continua a valorizar a inclusão, proporcionando, durante o ano de intervalo entre edições, o desenvolvimento de projetos com a comunidade, envolvendo associações que trabalham com “grupos que têm mais dificuldades”.

 

Lusa