O Centro Pastoral de Pêra acolhe no próximo dia 31 de outubro, pelas 18h00, o concerto «Parabéns a Sibelius e Glazunov», pela Orquestra Clássica do Sul (OCS).

A iniciativa integra o plano de concertos contemplado no protocolo assinado entre a Câmara Municipal de Silves (CMS) e a Orquestra Clássica do Sul para o ano de 2015.

O espetáculo estará a cargo de um agrupamento de câmara (quarteto), composto por Laurentiu Simões e Alma Ramirez, no violino, Ângela Silva, na viola e Mikhail Shumov, no violoncelo, sendo apresentadas obras de Jean Sibelius (1865-1957), com Andante Festivo, Giacomo Puccini (1858-1924), com Crisantemi e Alexander Glazunov (1865-1936), com 5 Novelettes, Op.15. 

Os bilhetes têm um custo associado de 5 euros, sendo o telefone 289 860 890 o contacto da OCS para reservas e informações adicionais sobre o concerto.

De referir que este é o penúltimo concerto de 2015 integrado no protocolo estabelecido entre a CMS e a OCS. O último será alvo de oportuna divulgação e decorrerá no mês de novembro.

 

Notas ao Programa

“Andante Festivo” uma composição que, ouvida pela primeira vez, chama a atenção, mas é nas seguintes audições que se chega a apreciar na sua beleza. Apesar da sua ascendência sueca, Jean Sibelius foi profundamente amante da Finlândia, das suas paisagens e gentes, algo que plasmou em toda a sua obra; também neste Andante Festivo para orquestra de cordas. Apesar da sua aparente simplicidade, a composição desta peça durou mais de 15 anos. As tensões que cria são resolvidas em cada instante, aprofundando assim a sua clareza, à qual contribui a construção da mesma apoiada numa célula rítmica de pergunta-resposta.

Giacomo Puccini reconheceu que o seu verdadeiro talento recaía sobretudo na escrita para teatro, e é por isso que as suas obras não-operáticas são compreensivelmente poucas. O quarteto de cordas foi um meio para o qual Puccini teve uma afinidade inegável e, ao longo dos anos, compôs cerca de cinco obras ou grupos de peças para este tipo de agrupamento. Todas estas peças para quarteto de cordas foram praticamente esquecidas, exceto “Crisantemi” para elegia. “Crisantemi” ("Crisântemos"), que Puccini escreveu em 1890 como homenagem pela morte do Duque de Sabóia, é um único e contínuo andamento de tons “escuros”, frequente nas estantes de música de orquestras de todo mundo desde o século XX.

Compositor de talento precoce, Glazunov veio de uma geração que beneficiou da inspiração dos compositores nacionalistas russos e do aumento do profissionalismo dos conservatórios. Os seus atrativos “Cinco Novelettes”, um conjunto de peças de género finamente trabalhadas com apontamentos de ritmos de dança espanhóis, húngaros e orientais, escritos quando ele tinha dezasseis anos.

 

Por CM Silves