António Dores | antonio.humberto.dores@gmail.com
Entre uma palavra e outra
Solta-se o verbo frio
Bem do fundo da garganta
Da curva apertada do rio
A palavra flui fluente
Sussurrada em surdina
Mas depois logo se agiganta
Quando deixa de ser menina
Os espaços vazios que se abrem
Entre as palavras apenas
São penas que as frases trazem
Embelezando os poemas
Tudo é harmonia no poema
Tudo é puro sentimento
Girando em torno do tema
Que é da moda no momento
E a moda acomoda
E a moda acontece
Como canção que é poema
Até que a noite permanece…
Saem os morcegos à noite
Ocupando os espaços vazios
Que dividem as pedras frias
E assinalam os rios
A água flui em corrente
Bamboleando nos versos
E o poema cresce e cresce
Em dois sentidos in.versos
Versa a palavra agora
Sobre o sentido ignorado
Pois o poema demora
E ainda não está acabado…!!...