Por: Padre Carlos Aquino | effata_37@hotmail.com

“Todos nascem como originais, mas muitos morrem como fotocópias” (Carlo Acutis)

Há pensamentos que guardamos e dos quais muitas vezes nos dessedentamos, saboreando-os em diversos momentos da vida como uma luz e força para significativos recomeços. Avivo um destes pensamentos de um jovem italiano, nascido na Inglaterra e crescido em Milão, que morreu com apenas quinze anos de idade em 2006 lutando contra uma fulminante e agressiva leucemia.

Um jovem já proclamado beato, que o Papa Francisco voltou a propor aos jovens como um modelo de vida, na sua Exortação Apostólica sobre a Juventude: Cristo Vive. Com Francisco, também importa recordar, que em todas as situações escuras ou dolorosas que tecem a nossa existência, há sempre uma via de saída.

Uma Palavra que nos refresca e norteia. Na verdade, como também referiu Carlo Acutis: “De qualquer ponto de vista que olhes para ela, a vida é sempre fantástica”. A vida não pode negar a sua fonte. Nela recebemos a nossa originalidade.  Por exemplo, sabemos que o mundo digital, hoje, tão decisivo e significativo na nossa vida e particularmente na vida dos jovens, pode expor-nos ao risco de nos fecharmos em nós mesmos, no isolamento ou no prazer vazio.

Mas importa não esquecer a existência de jovens que, também nestas áreas, são criativos e às vezes geniais, recusando-se a serem meras fotocópias de alguém ou a assistirem à vida sentados no sofá. É o caso do jovem Venerável Carlos Acutis. Ele sabia muito bem que estes mecanismos da comunicação, da publicidade e das redes sociais podem ser utilizados para nos tornar sujeitos adormecidos, dependentes do consumo e das novidades que podemos comprar, obcecados pelo tempo livre, fechados na negatividade.

Mas ele soube usar as novas técnicas de comunicação para transmitir a sua fé, o Evangelho, para comunicar valores e beleza. Não caiu na armadilha. Via que muitos jovens, embora parecendo diferentes, na verdade acabam por ser iguais aos outros, correndo atrás do que os poderosos lhes impõem através dos mecanismos de consumo e aturdimento. Assim, não deixam brotar os dons que o Senhor lhes deu, não colocam à disposição deste mundo as capacidades tão pessoais e únicas que Deus semeou em cada um. Não deixemos que isto nos aconteça!

Não deixemos que nos roubem a esperança e a alegria, que nos narcotizem para nos usarem como escravos dos seus interesses. Não deixemos de ser originais. Recusemo-nos a ser fotocópias. Ousemos ser mais, porque o nosso ser é mais importante do que qualquer outra coisa; não precisamos de ter nem de parecer. A vida terrena de Carlo foi breve, mas cheia. Foi como uma corrida para o Céu. Empreendeu o caminho desde o dia que encontrou Jesus Cristo no Sacramento da Eucaristia. Sim, porque Jesus não é uma ideia nem uma regra moral. Jesus é uma pessoa, um amigo, um companheiro de caminho. Vive. É Ele a nossa esperança, a verdade da nossa originalidade e a mais bela juventude deste mundo!