Se, por um lado, a autarquia vê nesta 35º edição do Festival do Marisco um sucesso, Alexandre Pereira, Deputado Municipal do PAN em Olhão, vê uma oportunidade falhada para inovar, reinventar e dar uma nova alma a este evento.

O deputado refere mesmo que foi uma desilusão visitar o recinto, apontando várias falhas na organização do festival. Alexandre Pereira começa por destacar o desafio que lançou ao Presidente da Câmara em março, numa sessão da Assembleia Municipal: "Sugeri que se fizessem algumas alterações ao tradicional formato do evento, abrindo o leque de escolhas gastronómicas, oferecendo opções alimentares sem proteína animal a quem faz uma alimentação vegetariana ou vegan. Na altura, António Pina, Presidente da Câmara Municipal de Olhão, referiu que a mudança fazia sentido e que a autarquia estaria disponível para avançar com a inclusão destas opções”.

“Infelizmente, após percorrer todo o recinto, não só não encontrei nenhum stand com opções vegetarianas, como deparei com uma roulotte de venda de hambúrgueres e cachorros. Dizia o Senhor Presidente que sempre se tentou não desvirtuar o conceito do evento, não existindo nada para além do marisco. Ora, opções vegetarianas nem vê-las, mas com hambúrgueres e cachorros não há problema, pois são tal e qual o marisco da Ria Formosa…” acrescenta ironicamente o deputado.

Alexandre Pereira relembra ainda que “já lá vai o tempo em que uma entrada para o Festival dava direito, além de um bom concerto, a uma caneca de cerâmica alusiva ao evento, que se podia encher com bebida uma ou duas vezes e que se guardava 'religiosamente' em casa como recordação. Incluía ainda um prato de camarão, um pão e manteiga. Nesta edição, onde a autarquia refere que foram feitas mudanças positivas, eu vejo passos dados mas para trás. Os 10 euros da entrada só permitem que se assista ao concerto. Para as bebidas foi necessário comprar um copo de plástico. Sim, de plástico. Apesar de reutilizável, não vi ninguém levar o seu copo para casa e, em contrapartida, vi centenas nos baldes do lixo e alguns a flutuar na Ria, onde está a defesa da Ria e a contribuição para a sustentabilidade?! Além disso, os contentores do lixo não eram diferenciados, o que obrigou os visitantes a depositar garrafas e copos de plástico no mesmo local que o lixo orgânico”.

“O sentimento que fica é que o Festival já não é para os Olhanenses. Dentro do mesmo recinto existe uma zona para o povo e uma zona VIP, onde se sentam, separados dos eleitores, certos eleitos e seus convidados. Os preços são elevados e os produtos congelados passaram a ser fornecidos pela mesma empresa a todos os participantes do evento, impedindo que cada um possa expor e vender o que achar melhor.”

“Por último, há que perceber de uma vez que num concelho como o de Olhão, com 130 km2, não faz qualquer sentido não existir ainda um parque de feiras e exposições, onde se possam realizar este e outros eventos, sem criar os constrangimentos a que assistimos durante o mês de agosto na frente ribeirinha e em toda a zona histórica da cidade de Olhão. Aliás, esta foi uma medida anunciada no nosso programa eleitoral em 2021, quando o PAN concorreu pela primeira vez à autarquia de Olhão, e tudo faremos para que se concretize. Aproxima-se o mês de Setembro, marcado pela tradicional Feira de S. Miguel, espero que este ano se equacione uma possível relocalização deste evento, por exemplo para o recinto do tradicional mercado e feira de velharias de Quelfes”, sugere o Deputado Municipal.

Alexandre Pereira acrescenta ainda, “somos uma oposição atenta, responsável e construtiva, a verdadeira alternativa para Olhão. Ao mesmo tempo que identificamos erros e más decisões, apontamos para o caminho certo, apresentando as melhores soluções. Porque em Olhão todos contam, Pessoas, Animais e Natureza, queremos juntos construir um futuro sustentável e ao mesmo tempo mais justo e igualitário, com melhores oportunidades para todos, porque só Unidos Somos Olhão.”

 

Por: Grupo Municipal do PAN