Em comunicado, o PCP calcula que a maioria das famílias e pequenas empresas sofram aumentos no preço da água superiores a 30%, classificando a atitude de "inaceitável" e acusando a autarquia de ter preparado o processo "às escondidas" e “sem qualquer respeito pelos órgãos autárquicos".
Desde o início de fevereiro que a água está mais cara em Olhão, depois de a autarquia ter atualizado tarifas para ajustar uma tabela de preços inalterada desde 2012, segundo disse à Lusa o presidente da Câmara, António Pina, justificando a medida com a necessidade de dar resposta às recomendações da Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR).
O PCP/Olhão acusa a autarquia de ter tomado a decisão sem ter dado conhecimento formal ao executivo municipal, sob o "falso pretexto" de dar resposta às recomendações da ERSAR, mostrando-se surpreendido com a decisão.
"Feitas as contas, e ao contrário dos valores médios referidos pelo Presidente da Câmara, o facto é que a esmagadora maioria da população e das pequenas empresas, será atingida com aumentos superiores a 30%, envolvendo um saque de mais de um milhão de euros aos bolsos dos olhanenses", refere o PCP.
Segundo a autarquia, a medida vai também servir para ajudar o município a cobrir metade dos mais de dois milhões de euros que a Câmara despende anualmente a subsidiar o tarifário.
Para o PCP, a verdadeira razão deste aumento assenta numa "estratégia que visa a privatização da água que o PS, o PSD e o CDS têm vindo a impor ao país e para a qual é necessário aumentar os valores pagos pelas populações para tornarem este negócio mais atrativo"
O Partido Comunista considera ainda que a atualização do tarifário da água não deveria ultrapassar os valores da inflação verificada desde o último aumento.
Por Lusa