Uma delegação do PCP visitou, na passada segunda-feira, o Centro de Saúde de Olhão e a Extensão de Saúde de Pechão, tendo reunido com a coordenação da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (USCP) de Olhão.

Na UCSP de Olhão, que engloba as extensões de saúde de Pechão, Moncarapacho e Fuseta, não há médicos de família suficientes; são atualmente 10 médicos, quando deveriam ser, no mínimo, 13. Esta falta de clínicos traduz-se em cerca de 4.000 utentes sem médico de família, dos quais 1.500 em Moncarapacho. Faltam ainda na UCSP de Olhão pelo menos 2 enfermeiros e um assistente operacional.

As instalações da UCSP de Olhão são demasiado exíguas para as necessidades. O edifício, desde a sua inauguração, tem um problema de infiltrações, o qual, apesar das sucessivas intervenções, permanece por resolver. No mesmo edifício há uma ala desocupada. Esteve, no passado, integrada no Centro de Saúde, sendo destinada a internamento. Em 2009, foi adaptada para prestar cuidados continuados de média duração, sendo a sua gestão entregue à ACASO - Associação Cultural e de Apoio Social de Olhão. Há cerca de um ano, estas instalações foram desativadas, não havendo qualquer informação sobre o destino que a ARS do Algarve lhes pretende dar.

A Extensão de Saúde de Pechão está instalada no edifício da Junta de Freguesia. Os espaços disponíveis (gabinete médico, sala de enfermagem, sala de ginecologia e saúde materna, receção e sala de espera dos utentes) são minúsculos e completamente desadequadas para uma unidade de saúde. A exiguidade de espaço leva a que, por exemplo, o depósito de resíduos contaminados se situe na sala de enfermagem.

A rede informática do Centro de Saúde de Olhão tem sérios problemas. Além de ser muito lenta, o sistema falha com frequência. No próprio dia da visita da delegação do PCP o sistema encontrava-se “em baixo”, impossibilitando o normal funcionamento de Centro de Saúde. Nos dias 19 e 20 de junho, o sistema informático na Extensão de Saúde de Pechão falhou, obrigando o médico a passar receitas à mão. Muitas dessas receitas não foram aceites pelas farmácias, pelo que os utentes se viram forçados a voltar à Extensão de Saúde para substituírem as receitas manuais por receitas eletrónicas.

Há também sérios problemas com as consultas dos utentes referenciados para o Hospital de Faro. Em algumas especialidades não há simplesmente capacidade de resposta, pelo que os utentes são obrigados a recorrer a unidades de saúde privadas (os que têm meios financeiros para isso) ou então a esperar vários anos por uma consulta.

Assim, o Grupo Parlamentar do PCP questionou o Ministério da Saúde (pergunta em anexo) sobre a abertura de concursos para a contratação dos profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos superiores, assistentes técnicos e assistentes operacionais) em falta no Centro de Saúde de Olhão; sobre a realização de obras no Centro de Saúde de Olhão para resolver o problema das infiltrações; sobre a utilização prevista para a ala do Centro de Saúde de Olhão que se encontra desocupada; sobre novas instalações para a Extensão de Saúde de Pechão, com condições adequadas de trabalho e de atendimento aos utentes; sobre as medidas urgentes que serão tomadas para resolver os sérios problemas do sistema informático no Centro de Saúde de Olhão e nas Extensões de Saúde de Pechão, Moncarapacho e Fuseta; sobre as medidas que serão adotadas para reduzir os tempos de espera dos utentes referenciados para consultas externas no Hospital de Faro.

 

Por Grupo Parlamentar do PCP