A detenção de dois tripulantes amotinados a bordo de um navio e a libertação de quatro reféns foram hoje o objetivo do Grupo de Ações Táticas da Polícia Marítima num exercício realizado em Vila Real de Santo António.

No exercício conduzido pela Autoridade Marítima Nacional e pela Polícia Marítima foi simulada uma tomada de reféns dentro da embarcação de cruzeiro por dois tripulantes amotinados, que queriam desviar o navio para um porto africano, explicou o capitão do porto algarvio de Vila Real de Santo António, Fernandes da Palma.

A tomada de reféns ocorreu em alto mar e a Polícia Marítima pôs em curso uma operação com a participação dos seus Grupo de Ações Táticas (GAT) e Grupo de Mergulhadores Forenses.

O primeiro foi responsável pelo assalto ao navio de passageiros, por mar, com ajuda de uma embarcação de alta velocidade, e por ar, com o apoio de um helicóptero da Força Aérea, precisou a mesma fonte.

«Como o navio iria praticar um porto nacional, que seria Vila Real de Santo António, foi ativada esta equipa especial do Grupo de Ações Táticas da Polícia Marítima, que só intervém em casos de extrema violência, para deter os amotinados e libertar os reféns», contextualizou ainda o capitão do porto.

No final, questionado sobre o resultado do exercício, o responsável, comandante operacional do simulacro, fez um «balanço bastante positivo».

«Foi benéfico quer para a Polícia Marítima, porque conseguiu fazer um treino num cenário muito próximo da realidade, quer para o navio, uma vez que pratica regularmente o porto de Vila Real de Santo António e no caso de haver necessidade de uma intervenção da Polícia Marítima, nós estamos preparados e conhecemos o navio», afirmou o capitão do porto.

Além do treino para os elementos da Polícia Marítima e do navio de cruzeiro «MS la Belle de Cadix», o exercício permitiu dar conhecimento destas valências da Polícia Marítima à população, para «manter o sentimento de segurança e projetar Portugal como destino turístico», sublinhou o comandante Fernandes da Palma.

Uma equipa do GAT fez uma entrada por ar, descendo por uma corda do helicóptero até à embarcação de passageiros, enquanto a outra abordou o navio ‘horizontalmente’, por água, com o objetivo de neutralizar os tripulantes amotinados, que ameaçavam represálias contra os reféns caso não navegassem até a um porto na costa de África, explicou o responsável do GAT.

O chefe da equipa do Grupo de Ações Táticas, o agente principal Mendes, explicou que a prioridade das suas equipas era deter os amotinados e salvar os reféns, mas também garantir a segurança de tripulantes e de passageiros.

A mesma fonte também considerou que este tipo de treino é importante para que os elementos da equipa tenham formação num elemento que «requer muita habituação», como o mar, com um cenário que «já aconteceu, mas num navio mercante, não de passageiros».

 

Por Folha do Domingo