"Face aos problemas detetados aquando da última inspeção à estrutura da ponte, decidimos interditar a circulação de pessoas no tabuleiro e a veículos terrestres e marítimos na parte inferior", afirmou à agência Lusa a presidente da Câmara de Silves, Rosa Palma.
O tabuleiro da ponte destina-se à circulação exclusiva de peões e, na parte inferior, uma das arcadas é atravessada por uma estrada e outras duas pelo rio Arade.
A interdição da ponte, cuja estrutura apresenta um elevado estado de degradação, "visa salvaguardar a segurança das pessoas e evitar acidentes".
Segundo a autarca, os problemas foram detetados há vários anos e estão mencionados em relatórios do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) de 2008, tendo as inspeções realizadas em 2015 e em 2016 apontado para um "aumento significativo da degradação, com risco de colapso iminente".
Conhecida como Ponte Romana, a estrutura caracteriza-se por uma mistura de estilos arquitetónicos, apresentando o tabuleiro ogivado um estilo medieval, suportado por cinco arcos redondos, cujos pilares estão protegidos por talha-mares.
Reconstruída no século XV segundo uma ponte original da época romana, é um dos vestígios que confirmam a existência de uma via romana nas proximidades de Silves.
De acordo com Rosa Palma, as obras de recuperação, conservação e restauro estão orçadas em mais de 400 mil euros, financiamento que a autarquia espera conseguir através de uma candidatura a fundos comunitários.
"O projeto para a realização da empreitada de recuperação e beneficiação já está pronto e vamos apresentar uma candidatura ao Cresc2020 para obter financiamento", referiu a autarca, acrescentando que "aguarda também pelo apoio do Ministério da Cultura para a resolução do problema".
"É um imóvel classificado de interesse nacional e que, para além da sua utilidade diária, representa um importante património cultural para a cidade de Silves", destacou.
A autarca alertou ainda para os riscos a que as pessoas estão sujeitas aos não respeitarem os avisos e insistirem em utilizar a ponte.
"Colocámos vedações para impedir a passagem, mas as pessoas retiraram as mesmas, ignoram todos os alertas, colocando-se em risco, porque a ponte não deve ser transitável, nem por cima nem por baixo", concluiu.
Por: Lusa