Em 2024, cada português gastou, em média, 3.300 euros anuais em alimentação, valor ajustado à paridade de poder de compra, tornando Portugal um dos países da União Europeia com maior despesa neste setor. O aumento dos preços alimentares desde 2020 refletiu-se em menos refeições fora de casa, com 41% dos consumidores a relatarem redução de idas a restaurantes devido ao custo de vida elevado.
O gasto médio ao almoço em Portugal situava-se em 17,82 euros durante a semana e 18,29 euros ao fim de semana, enquanto a despesa total em restaurantes e hotéis perdeu peso no orçamento familiar, representando 8,6% entre 2022 e 2023.
Os portugueses privilegiam cada vez mais as refeições caseiras, seja na própria casa ou na de familiares e amigos. Estudos indicam que dois terços das refeições consumidas são de confeção não doméstica, mas apenas uma pequena parte ocorre em restaurantes, predominando produtos prontos a comer ou snacks do retalho. O tempo médio diário dedicado à preparação de refeições é de cerca de uma hora, com grande disparidade de género: 41,5% dos homens nunca cozinham, contra 5,8% das mulheres, sendo que dois terços das mulheres que cozinham não partilham a tarefa com outros membros do agregado.
O consumo de refeições fora está associado a fatores socioeconómicos: homens, residentes em áreas urbanas, adolescentes e adultos com maior escolaridade e rendimento frequentam restaurantes com mais regularidade. No entanto, padrões de maior envolvimento na confeção doméstica estão ligados a dietas menos equilibradas e maior risco de excesso de peso nas mulheres.
Idealista News