Todo o órgão é precioso
Nenhum posso dispensar
Mas como que os ponde em repouso
Só das mãos eu vou falar.
Minhas mãos, queridas mãos
Que a Deus possam agradar
Todos os órgãos e as minhas mãos
Deu-me Deus para eu me governar.
Assim, minhas queridas mãos
Toda a vida tão aplicadas
Defensoras dos outros órgãos
Estas mãos nada estimadas.
Queridas mãos, o que já fizeram
Sem reclamar estimação
Sempre prontas obedeceram
Ao que manda o cérebro e o coração.
Minhas mãos abençoadas
Nada importa se não estão bonitas
Para tanto estão preparadas
Para as usar, me foram feitas.
Lindos desenhos, belos penteados
E cavam terra com prazer
Escrevem poemas, tão sentidos
Só lhes posso agradecer.
Muito as mãos me têm feito
Mais do que eu supus
E a mando do cérebro e do peito
Com elas falo, o sinal da cruz.
Que as minhas mãos, boas obras façam
Que a Deus possam agradar
Que as mãos e todos os órgãos possam
Sempre, e em tudo, se ajudar.
Não me estou a sentir bem
Faz-me sentir entristecida
Por não falar agora, da preciosidade
Que têm
Todos os órgãos, para a minha vida.