O preço mediano dos alojamentos familiares transacionados em Portugal aumentou 10,3% em 2024 face ao ano anterior, situando-se nos 1.777 euros por metro quadrado (m2), divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Tomando como referência as 151.784 vendas realizadas durante o ano de 2024, o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi 1.777 €/m2, tendo aumentado 4,0% relativamente ao ano acabado em setembro de 2024 e 10,3% relativamente ao ano de 2023”, refere o INE.
Segundo o instituto estatístico, o preço mediano da habitação foi superior ao valor nacional nas sub-regiões da Grande Lisboa (2.939 €/m2), Algarve (2.752 €/m2), Região Autónoma da Madeira (2.395 €/m2), Península de Setúbal (2.117 €/m2) e Área Metropolitana do Porto (1.986 €/m2).
“No período em análise, 54 municípios apresentaram um preço mediano superior ao valor nacional, localizados maioritariamente nas sub-regiões Algarve (14 em 16 municípios), Grande Lisboa (todos os nove municípios), Península de Setúbal (oito em nove municípios) e Área Metropolitana do Porto (sete em 17 municípios)”, detalha.
O município de Lisboa (4.340 €/m2) destacou-se com o preço mais elevado do país, tendo-se verificado também valores superiores a 3.400 €/m2 em Cascais (4.053 €/m2), Oeiras (3.471 €/m2) e Lagos (3.452 €/m2).
O INE nota ainda que o Algarve e a Grande Lisboa apresentaram diferenciais de preços entre municípios superiores a 2.200 €/m2.
Em 2024, o município de Lisboa registou o maior número de transações de alojamentos familiares do país (8.300), destacando-se ainda, com mais de 4.500 vendas, os municípios de Sintra (5.817), Vila Nova de Gaia (5.394) e Porto (4.564).
Lisboa registou o preço mediano da habitação mais elevado, entre os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, em ambas as categorias de domicílio fiscal do comprador: 4.238 €/m2 por compradores do território nacional e 5.771 €/m2 por compradores com domicílio fiscal no estrangeiro.
Para além de Lisboa, também Cascais e Oeiras registaram, simultaneamente, preços medianos de alojamentos familiares superiores a 3.400 €/m2 em transações envolvendo compradores com domicílio fiscal em território nacional e superiores a 3.900 €/m2 por compradores no estrangeiro.
O INE salienta ainda os municípios de Lisboa, Cascais, Oeiras, Funchal e Porto por apresentarem os preços medianos mais elevados entre os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes e nas duas categorias do setor institucional do comprador consideradas.
Já os municípios de Lisboa e Vila Franca de Xira, apresentaram diferenciais de preços entre setores institucionais do comprador superiores a 700 €/m2.
No ano passado, 23 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes registaram preços medianos de alojamentos novos superiores aos preços dos alojamentos existentes, sendo a exceção o município da Amadora, onde o preço mediano dos alojamentos existentes foi superior em 63 €/m2 ao dos novos (2.493 €/m2 e 2.430 €/m2, respetivamente).
Santa Maria da Feira registou o menor preço mediano de alojamentos novos (1.482 €/m2), enquanto os municípios de Cascais (5.132 €/m2) e Lisboa (5.035 €/m2) registaram os valores mais elevados, superiores a 5.000 €/m2.
Por sua vez, Cascais apresentou o maior diferencial entre os preços de alojamentos novos (5.132 €/m2) e existentes (3.872 €/m2), que ascendeu a 1.260 €/m2, tendo-se também distinguido, entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, por apresentar o preço mais elevado na tipologia T4 ou superior (4.585 €/m2).
Já Lisboa registou os valores medianos mais elevados nas restantes tipologias de alojamento consideradas.
A maior diferença entre os valores medianos nas quatro tipologias do alojamento registou-se no Funchal, entre as tipologias T0 ou T1 (3.279 €/m2) e T4 ou superior (2.007 €/m2): 1.272 €/m2.
Considerando apenas o quarto trimestre de 2024, o preço mediano dos 44.115 alojamentos familiares transacionados em Portugal foi 1.870 €/m2, na sequência de uma taxa de variação de 15,5% em relação ao quarto trimestre de 2023 (10,8% no trimestre anterior).
O número de transações de alojamentos familiares em Portugal aumentou 34,2% em relação ao mesmo trimestre de 2023, tendo o preço mediano da habitação aumentado nas 26 sub-regiões NUTS III, destacando-se a Região Autónoma da Madeira com o maior crescimento (54,9%).
As sub-regiões com preços medianos da habitação mais elevados – Grande Lisboa, Região Autónoma da Madeira, Algarve e Área Metropolitana do Porto – apresentaram também os valores mais elevados em ambas as categorias de domicílio fiscal do comprador (território nacional e estrangeiro).
A exceção foi a Península de Setúbal, que superou o valor do país nas transações envolvendo compradores com domicílio fiscal em território nacional, embora o mesmo não tenha acontecido nas que envolveram compradores com domicílio fiscal no estrangeiro.
Lusa