A intenção de se demitir tinha sido anunciada por Francisco Amaral, em janeiro, após se reunir com o secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel, quando indicou na ocasião que iria dar esse passo até ao início de fevereiro, ficando depois o governante encarregado de nomear uma comissão de gestão e convocar eleições intercalares.
Francisco Amaral, que perdeu a maioria absoluta em 2017, disse hoje à agência Lusa que a demissão em bloco da sua lista será “formalizada na quinta-feira” e classificou a situação atual na Câmara de Castro Marim de “insustentável”.
Segundo o presidente, a autarquia está “bloqueada” pela “coligação informal” da oposição e “não há alternativa a não ser as eleições antecipadas”.
Questionado sobre quando prevê que possam ser realizadas as eleições intercalares, Francisco Amaral respondeu “no princípio de maio”, mas reconheceu que essa é uma prerrogativa da tutela da Administração Local, que decidirá a data e convocará o ato eleitoral.
“Eu tenho conversado isto tudo com o secretário de Estado das Autarquias, que compreende perfeitamente esta situação e que hajam eleições intercalares. A renúncia vai ser apresentada agora dia 21, na quinta-feira, é a minha lista toda que vai renunciar, e a renúncia é apresentada ao secretário de Estado das Autarquias, que vai marcar eleições”, disse o autarca à Lusa.
Francisco Amaral considera que as eleições “deveriam ser no princípio de maio” e sem coincidir com as eleições europeias, marcadas para 26 de maio, mas reconheceu que isso “pode acontecer” caso o secretário de Estado das Autarquias Locais assim o decida.
“A partir de quinta-feira fica aqui uma comissão de gesta ‘ad hoc’ para gerir e depois o Secretário de Estado irá nomear uma comissão administrativa, que presumo que vá ser mais ou menos o executivo, só que os poderes são diminutos, não há reuniões de câmara até às eleições”, acrescentou o presidente da autarquia algarvia.
Francisco Amaral disse ter tentado desde o início do mandato “conversar e dialogar” com a oposição, mas garantiu que, “neste caso particular, toda a gente vê que é impossível”, porque a oposição está em maioria (três vereadores – dois do PS e um do movimento Castro Marim Primeiro – contra os dois do PSD).
“Lamento que isto tenha acontecido, porque não foi para isto que o povo de Castro Marim votou. Entendo dos resultados eleitorais que o povo de Castro Marim quer que eu presida à Câmara, mas entendendo-me com a oposição”, afirmou.
O autarca disse estar convencido que, ao fim de uns meses, a oposição “iria acalmar”, mas o que aconteceu foi que os “ânimos ficaram ainda mais tensos e é impossível continuar assim”.
Francisco Amaral sente que “o povo é favorável às eleições antecipadas” e disse acreditar que o PSD “pode ter uma maioria absoluta” no ato eleitoral intercalar, mas reconhece que “é um risco” que está a assumir, admitindo que pretende recandidatar-se.
“Agora, se eu perder não vou de certeza bloquear a gestão de quem ganhar”, acrescentou.
Por: Lusa