O PSD fez questão de marcar presença na última sessão ordinária da Assembleia de Freguesia de Quelfes, que se realizou na noite de quinta-feira, dia 15 de setembro.

Além dos três membros eleitos, Eduardo Palminha, Teresa Teixeira e Carlos Cabral, o partido fez-se representar no público por dirigentes da concelhia, vereadores, deputados municipais e militantes residentes em Quelfes.

Numa sessão extremamente participada, os lugares foram poucos para o público, composto também por moradores e comerciantes da Estrada de Quelfes, que se dizem lesados pelas obras nesta via que, tendo começado em janeiro, ainda não passou da zona da Patinha.

Queixando-se de não terem sido sequer notificados sobre o início da obra, foram muitas as questões colocadas pelos comerciantes e residentes ao Presidente da Junta, Miguel Dimas: “Em que consiste a obra? Mais quanto tempo é que está prevista durar? Em que ponto da situação é que estamos? A obra vai continuar?”. Vendo-se a perder clientes de dia para dia, pelas dificuldades de acesso aos seus negócios, os comerciantes aproveitaram para manifestar publicamente o seu desespero: “Se eu não trabalhar, eu não ganho!”.

Apesar de se afirmar “sensibilizado com todas as situações” e assumir “o mau desenvolvimento da obra”, o Presidente da Junta, eleito pelo PS, “sacudiu a água do capote” assumindo-se impotente para resolver o que “não é da sua competência” e remetendo todas as respostas para o Vereador com o pelouro das Obras Públicas, Ricardo Calé, já que a responsabilidade da obra é do Município de Olhão e da Ambiolhão.

“Não tenho resposta para dar às pessoas”, afirmou Miguel Dimas, reiterando que não pode fazer mais do que tem feito, ouvindo as pessoas e transmitindo os seus problemas a quem de direito. “A obra é para continuar”, acrescentou, sem mais detalhes.

No período antes da ordem do dia, Eduardo Palminha, líder de bancada do PSD, interveio, avançando com mais informações, após comunicar ter reunido com o vereador e empreiteiro da obra na tarde de quinta-feira. “Não está para breve o término desta obra”, avançou o membro do PSD, acusando a Junta de “ter feito muito pouca pressão no sentido de defender os interesses dos fregueses”.

Numa intervenção demorada, Eduardo Palminha, que lidera também uma Comissão de Moradores e Comerciantes da Estrada de Quelfes, que já apresentou uma petição na Câmara de Olhão, nomeou um rol de situações que não foram acauteladas, revelando incompetência no planeamento desta obra. O membro do PSD sublinhou a não existência de uma bolsa de estacionamento, alternativas de trânsito e passagem de peões – nomeadamente para pessoas com mobilidade reduzida, idosos e carrinhos de bebé - condicionamentos à recolha de lixo e condições de segurança em geral.

Informando os presentes que já há lojas a fechar, Eduardo Palminha considerou nada ter sido feito para minimizar o prejuízo das pessoas e ameaçou ir até às últimas consequências, avançando com a possibilidade de mover uma ação contra a Câmara Municipal de Olhão, “para que os comerciantes sejam ressarcidos pelo mau planeamento e atraso nas obras”.

Considerando o estado interminável das obras e as informações inexistentes de previsão para o final dos trabalhos - o que revela um total desrespeito e falta de consideração para com os moradores e comerciantes - o PSD Olhão não pode senão estar ao lado da população, acusando o executivo municipal do PS de incompetência no planeamento da requalificação da Estrada de Quelfes.