"Hoje podemos afirmar com maior convicção que a diminuição dos valores das portagens gera um aumento de tráfego e, consequentemente, reduzindo o custo das mesmas, poderemos continuar a manter a receita do Estado, mantendo os compromissos orçamentais e melhorando a mobilidade regional, e com é essa monitorização que o Governo deverá decidir diminuir ou valor ou não das portagens", afirmou António Eusébio.
O parlamento discutiu hoje projetos de resolução do PSD, BE, CDS-PP, PCP e PEV sobre as portagens na A22, a Via do Infante.
Nessa discussão, o PS interveio em último lugar, através do deputado António Eusébio, para quem "Portugal não dispõe de condições financeiras e económicas para defender uma solução livre de portagens" e por isso, "responsavelmente, o compromisso do PS foi o de progressivamente diminuir o valor das portagens da A22".
"Já iniciámos esse caminho", afirmou, acusando PSD e CDS de não terem feito nada em mais de quatro anos de governação.
"Apesar da redução de 15% das tarifas na Via do Infante, decidida e implementada no passado verão pelo atual Governo, demonstrar uma evolução positiva, que deve ser ampliada nos próximos anos, ao longo da presente legislatura, para a correção de uma injustiça, que, em nosso entender, é gritante", sustentou.
O CDS-PP pedia a diminuição do custo das portagens da A22, "mantendo o seu congelamento até que as obras de requalificação da EN125 estejam concluídas", enquanto o PSD apresentou um projeto de resolução pela suspensão da cobrança de portagens até à conclusão das mesmas obras de requalificação.
PCP, BE e PEV pedem a abolição das portagens, embora o partido ecologista "Os Verdes" considere que deve ser o Governo a tomar decisão, enquanto comunistas e bloquistas querem chamar ao parlamento a medida.
O centrista Hélder Amaral criticou o Governo pela "segunda série da saga ‘palavra dada é palavra honrada’": "Em vez de reduzir, aumenta".
Cristóvão Norte, do PSD, explorou as diferenças de posição entre o PS, BE e PCP. "Temos abolição do PCP e do BE e a redução dos 50% do PS é o resultado aritmético é uma redução de 15%., mas fizeram uma atualização de 2%".
O deputado comunista Paulo Sá argumentou que "as portagens não são uma inevitabilidade, como alguns tentam fazer crer", mas "uma opção de PS, PSD e CDS, que preferiram esmagar os utentes e a economia regional com as portagens para não terem de beliscar os interesses dos grupos económicos que detêm a concessão da Via do Infante".
O bloquista João Vasconcelos alertou para o impacto da continuação das portagens no apoio popular ao Governo pelos algarvios: "As pessoas do algarve depositaram uma grande esperança neste governo, mas se não forem dados passos concretos para resolução dos principais problemas e revindicações das pessoas, a esperança começará a esvair-se".
Por: Lusa